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Estado de Minas

Talibãs intensificam ataques para atrapalhar eleições no Afeganistão


postado em 04/04/2014 10:55

Com o objetivo de fazer fracassar as eleições presidenciais deste fim de semana, o Talibã e seus aliados intensificaram a violência no Afeganistão, matando até mesmo crianças, para criar o terror entre a população.

Nas últimas eleições, em 20 de agosto de 2009, um ataque com mísseis foi realizado na cidade de Kandahar, a principal cidade do sul do país, e antiga capital do regime talibã (1996-2001).

"Ficamos em casa, com medo dos atentados, e porque sabíamos que estava tudo arranjado, que o presidente Karzai seria reeleito", conta Ahmad Gul, morador do bairo de Mahala Najat.

O nível de comparecimento nas urnas na região foi de apenas 5%, contra 33% em todo o país.

Cinco anos depois, a forte mobilização das forças de segurança e o próprio enfraquecimento do grupo terrorista contribuíram para a "limpeza da zona", fazendo com que "não haja mais talibãs nesta cidade", explica Gul.

Civis e extrangeiros como alvos

Mas existe a percepção de que os insurgentes podem agir a qualquer momento, e a tensão aumenta à medida que se aproxima a votação.

Será escolhido o sucessor de Hamid Karzai - o único que dirigiu o país desde a queda dos talibãs, em 2001 - e renovados os conselhos provinciais.

Depois de ter pedido o boicote das eleições, o Talibã endureceu o discurso: anunciaram que farão o possível, inclusive atacar eleitores e funcionários eleitorais, para impedir a eleição, considerada um "complô dos invasores ocidentais" para manter o controle do país.

Esse anúncio, realizado em 11 de março, causou o aumento da violência, da mesma forma que há cinco anos.

A capital Cabul foi a cidade mais afetada por ataques. Um deles, contra a comissão eleitoral, deixou cinco mortos.

Em Kandahar, que esteve relativamente tranquila nos últimos meses, dois atentados suicidas deixaram diversas pessoas feridas.

E não há indícios de que a violência vai diminuir nos próximos dias.

"Decidimos atacar cada vez mais alvos civis e colégios eleitorais", declarou um dos insurgentes.

Os ataques também têm mirado em estrangeiros, como o atentado contra o hotel de luxo Serena, muito frequentado pela comunidade internacional, em Cabul. Nove pessoas foram mortas, incluindo quatro estrangeiras.

Dois talibãs alertaram à AFP que estão previstas ofensivas "contra hoteis e restaurantes frequentados por estrangeiros".

Autoria dos ataques questionada

Com a falta de alternativas, em decorrência do fracasso nas últimas negociações, "os talibãs parecem se radicalizar", na opinião de Thomas Ruttig, especialista no conflito.

O assassinato de duas crianças, de 5 e 6 anos, no hotel Serena mostrou que o grupo não mede os meios para chegar a seus objetivos.

Mas os observadores internacionais têm dúvidas sobre a autoria dos ataques.

"Os talibãs costumam reivindicar todos por razões políticas, mas talvez outros atores tenham interesse que as eleições sejam impedidas, atrapalhadas ou não sejam acompanhadas pela comunidade internacional", segundo um analista, que pediu anonimato.

Outras forças podem se aliar ao grupo em atentados. No caso do hotel Serena, o governo acusou o Paquistão de ter colaborado, mas outras fontes apontaram outros países vizinhos.

Em 2009, a violência não impediu a votação, mas contribuiu, junto com uma fraude massiva, para que se tornasse um caos, prejudicando a imagem do presidente Karzai.

Um membro do Talibã explica que existem várias divergências entre os rebeldes. "Alguns dissidentes, mais favoráveis as conversas de paz e que estabeleceram contatos com o governo atual, querem a vitória de Zalmai Rasul, por ele ser o candidato do presidente".

Mas, a "comissão militar", o setor que toma as decisões, "não apoia nenhum candidato", garante. Para eles, "a única solução é a guerra".


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