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A homossexualidade é ilegal em Uganda desde o período colonial, quando foi aprovada uma lei que criminalizava atos sexuais “contra as ordens da natureza”. Segundo o autor do projeto, porém, uma lei mais rigorosa se fez necessária para conter os “homossexuais do Ocidente”, que segundo ele vão a Uganda “recrutar as crianças”. Organizações de gays e lésbicas de Uganda contestam a versão e observam que os políticos e líderes religiosos do país estão sob influência de evangélicos norte-americanos – e citam especificamente Scott Lively – que tentam espalhar pela África suas campanhas contra os homossexuais.
Países como os Estados Unidos já haviam criticado a medida quando ela tramitava no Parlamento. A Alemanha cortou ajuda financeira para Uganda no ano passado, citando o projeto como uma de suas preocupações. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, chamou o projeto de “odioso”.
A homofobia é generalizada em um país onde o cristianismo protestante ganha a cada dia novos adeptos. Homens e mulheres homossexuais são submetidos a frequentes ameaças ou são vítimas de violência. Ativistas de direitos humanos relataram recentemente casos de estupro coletivo de lésbicas. A homossexualidade é um tabu em muitos países africanos. Ela é ilegal em 37 nações do continente.
Os parlamentares também aprovaram um projeto de lei controverso que proíbe o uso de minissaias no país. A legislação antipornografia proíbe ainda conteúdos notoriamente sexuais em músicas e vídeos. A nova legislação quer banir materiais que mostram seios, coxas e nádegas ou que mostrem qualquer comportamento erótico que possa causar excitação sexual.