Palo e Tacloban figuram entre as cidades mais castigadas pelo super tufão Haiyan. "A destruição é enorme", insistiu o secretário filipino de Assuntos Interiores, Manuel Roxas."Imaginem uma faixa de um quilômetro ao longo de toda a costa: todas as casas, tudo está destruído", afirmou. Leyte, uma ilha de 1,7 milhão de habitantes situada na parte oriental do arquipélago, é uma das regiões mais afetadas pelo tufão, embora outras zonas do centro das Filipinas também tenham sofrido pela passagem do Haiyan.
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Terremoto de 5,5 graus sacode leste do Japão, inclusive TóquioPresidente das Filipinas diz que número de mortes por tufão subiráCruz Vermelha estima que tufão deixou 1.200 mortos nas Filipinas Tufão obriga retirada de 125 mil pessoas nas FilipinasSobreviventes de tufão Haiyan lutam pela vida nas FilipinasPapa faz prece por vítimas de furacão nas FilipinasLeo Dacaynos, membro do conselho de gestão de desastres de Samar, confirmou neste domingo à emissora de rádio DZBB a morte de 300 pessoas em Basey, uma pequena localidade, e o desaparecimento de outras 2.000 pessoas em toda a ilha. Trata-se da primeira confirmação de vítimas fatais em Samar após a passagem do Haiyan.
A famosa ilha turística Mala Pascua, por sua vez, localizada a 130 km de Tacloban, parecia estar em ruínas, segundo imagens aéreas, e seus habitantes em paradeiro desconhecido.
O desastre natural mais mortífero das Filipinas
Todos os anos, as Filipinas sofrem com cerca de vinte tempestades e tufões entre os meses de junho e outubro. Além dos tufões, o país sofre regularmente com a ira da natureza, em forma de terremotos ou erupções vulcânicas, com um balanço de vítimas fatais cada vez maior.
No entanto, se o balanço de 10.000 mortos se confirmar, o Haiyan será a pior catástrofe natural já registrada na história recente das Filipinas. Depois de ter atingido o centro das Filipinas na sexta-feira, o Haiyan se dirigia neste domingo ao Vietnã, que evacuou mais de 600.000 pessoas como medida de segurança. "Evacuamos mais de 174.000 lares, o que equivale a mais de 600.000 pessoas", informou um comunicado do ministério vietnamita de Controle de Inundações e Tempestades.
Espera-se que a tempestade chegue ao país na manhã de segunda-feira, 24 horas depois do previsto inicialmente, depois de mudar repentinamente de trajetória, o que obrigou as autoridades a realizar grandes evacuações na província de Nghe An, no norte, a 230 km da capital, Hanoi.
Diante da magnitude da catástrofe registrada nas Filipinas, vários países ofereceram ajuda. Os Estados Unidos fornecerão helicópteros, aviões, barcos e equipamentos destinados à busca e ao resgate, após um pedido feito por Manila, indicou o secretário americano da Defesa, Chuck Hagel. Austrália e Nova Zelândia entregaram neste domingo quase meio milhão de dólares (370.000 euros) à Cruz Vermelha das Filipinas e indicaram que podem fornecer ajuda adicional.
O Programa Mundial de Alimentos (PAM), uma agência das Nações Unidas, está organizando a transferência de 40 toneladas de alimentos e a UNICEF, a agência da ONU para a infância, preparou 60 toneladas de material de saúde e de sobrevivência que deve chegar às Filipinas na terça-feira.
A Comissão Europeia "já enviou uma equipe para ajudar as autoridades e estamos dispostos a contribuir (nos trabalhos de resgate) com uma ajuda de emergência, se for necessário", disse seu presidente, José Manuel Barroso. O papa Francisco pediu pelo Twitter que os católicos rezem pelas vítimas e o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, disse estar muito triste pela amplitude das perdas humanas.