Jornal Estado de Minas

Primeira Miss América de origem indiana sofre com racismo

Postagens de intolerância nas rede sociais incomodaram ganhadora do concurso de beleza

AFP
Nina Davuluri foi comparada a terroristas e escolha foi descrita como afronta aos verdadeiros americanos - Foto: Michael Loccisano/Getty Images/AFP
Pela primeira vez os Estados Unidos têm como Miss América uma mulher de origem indiana e ela está rebatendo os comentários racistas no Twitter de que ela parece uma terrorista árabe.
A nova Miss América é Nina Davuluri, de 24 anos, do estado de Nova York e que deseja ser médica. Ela apresentou uma dança ao estilo Bollywood no concurso e celebrou a vitória da diversidade. "Foi a primeira vez que Bollywood foi apresentado no palco do Miss América. É uma honra para mim e para minha comunidade", disse Davuluri ao canal ABC.

Davuluri tentou ignorar os comentários racistas no Twitter. "Eu tenho que ficar acima disto", afirmou no domingo à noite, depois da vitória. "Eu sempre me considerei em primeiro lugar e principalmente americana".

Muitos escreveram na rede social que a nova rainha da beleza, uma hindu, parece uma terrorista. Alguns comentários no Twitter incluem frases como "América para os americanos", o "11/9 foi há quatro dias e ela vence o Miss América" e a "Al-Qaeda influenciou os juízes liberais".

O blog feminista Jezebel denunciou os comentários e destacou que os "racistas estão sendo racistas porque a Miss América não é branca". Davuluri competiu com a plataforma de "celebrar a diversidade".

"Estou muito feliz que esta organização tenha abraçado a diversidade. Estou agradecida porque há crianças assistindo em casa que podem finalmente se identificar com a nova Miss América."

A estudante da Universidade de Michigan vai viajar durante um ano por todo o país e atuará como embaixadora da boa vontade para as crianças do grupo de caridade 'Children's Miracle Network Hospitals'. Além do prêmio, Davuluri recebeu uma bolsa de estudos de 50.000 dólares.