Jornal Estado de Minas

Evo Morales pede que Brasil entregue senador opositor foragido

Para presidente, parlamentar deve ser devolvido para que responda às denúncias de corrupção

Alessandra Alves

O presidente da Bolívia, Evo Morales, pediu nesta quarta-feira que o Brasil devolva o senador opositor Roger Pinto Molina, refugiado no país desde o último sábado.

Segundo o presidente boliviano, o senador deve ser devolvido para que possa ser julgado pelos crimes de corrupção. Morales ainda afirmou que o político oposicionista não é perseguido político, mas apostou na tese de que a fuga do senador para o Brasil seria uma prova de sua delinquência.

"É importante devolver Roger Pinto à justiça boliviana e que ele seja julgado como qualquer autoridade que esteja envolvida em casos de corrupção", afirmou. Questionado pelos jornalistas sobre o que faria, caso a Bolívia enfrentasse um caso parecido, sugeriu: "Eu poria esse corrupto na fronteira".

Entenda o caso


O senador boliviano Roger Pinto Molina, de 53 anos, encontra-se refugiado no Brasil desde o último sábado. Depois de viver mais um ano asilado na embaixada brasileira em La Paz, ele foi trazido por decisão do diplomata Eduardo Saboia, sem autorização do Itamaraty.

Segundo o diplomata, o senador vivia em condições precárias dentro do prédio da embaixada há um longo tempo e caso a operação não fosse realizada, "havia risco iminente à vida e à dignidade do senador".

A decisão culminou no pedido de demissão do ministro de Relações Exteriores, Antônio Patriota.

Pinto Molina responde a 20 processos por desacato, venda de bens do Estado e corrupção. Na Bolívia, foi condenado a um ano de prisão por "abandono do dever" e "dano econômico ao Estado". O parlamentar alega que todas as acusações seriam fruto de perseguição política, já que faz oposição ao governo de Evo Morales e teria entregado informações sobre supostas ligações de autoridades com o narcotráfico.

Com informações da Agência AFP