"Inegável e indesculpável". Foi assim que o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, tratou os ataques com armas químicas ocorridos na última semana na Síria, que resultaram em mais de 1300 mortos e chocaram o mundo. Em pronunciamento no Departamento de Estado, em Washington, Kerry afirmou que não restam mais dúvidas do uso dos armamentos - proibidos por convenção internacional em 1993 - contra os civis. "O assassinato de mulheres, crianças e pessoas inocentes por armas químicas é uma obscenidade moral", completou.
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Obama não precisa de aprovação do Congresso se quiser intervir na SíriaFrancos-atiradores abrem fogo contra inspetores da ONU na SíriaSíria autoriza ONU a investigar suposto ataque químico; EUA avalia ação militar"ILÓGICAS" Em entrevista ao jornal russo Izvestia, o presidente da Síria, Bashar al-Assad, disse que as acusações de que suas forças haviam usado armas químicas foram ilógicas e um "atentado contra o senso comum". O líder sírio advertiu os Estados Unidos de que a intervenção militar na Síria traria "fracasso assim como em todas as guerras anteriores, começando com o Vietnã e até os dias de hoje".
O presidente russo, Vladimir Putin, disse ao primeiro-ministro britânico, David Cameron, que ainda não há nenhuma prova de que o regime sírio tenha usado armas químicas contra os rebeldes na Síria, anunciou nesta segunda-feira a assessoria do premier. Durante uma conversa por telefone, Putin disse: "Eles não têm provas nem da utilização de armas químicas nem de quem seria a responsabilidade".
Contestando a posição do presidente russo, Cameron repetiu que há "poucas dúvidas" de que o regime tenha efetuado um ataque químico na quarta-feira passada, perto de Damasco. O chefe de governo britânico manifestou dúvidas sobre a capacidade dos rebeldes de realizar um ataque como o resgistrado e indicou que o regime havia lançado uma grande ofensiva na região nos dias anteriores.
"O regime também impediu o acesso da ONU (à região) imediatamente, o que leva a crer que eles tinham alguma coisa a esconder", considerou Cameron ao presidente Putin. Os dois líderes reafirmaram o compromisso assumido pelos dirigentes do G-8 de não deixar que ninguém utilize armas químicas sem que haja uma resposta da comunidade internacional.
*Com AFP