Jornal Estado de Minas

Nova York se reorganiza para enfrentar temporada de furacões em 2013

AFP

Seis meses depois da passagem devastadora do furacão Sandy, em outubro passado, Nova York começou a reorganizar sua resposta a catástrofes com a proximidade da temporada de furacões de 2013, com um novo plano de evacuação da cidade, entre outras medidas.

Os trabalhos lançados se baseiam em um relatório divulgado esta sexta-feira pelos vice-prefeitos Cas Holloway e Linda Gibbs sobre as falhas observadas na passagem de Sandy, que deixou 43 mortos na cidade, provocou um apagão generalizado que durou vários dias, obrigou milhares de pessoas a deixarem suas casas e causou danos estimados em bilhões de dólares.

Embora Nova York tenha respondido a Sandy da melhor forma possível, com "um esforço de evacuação maciça e uma rápida recuperação após o desastre", "foram identificados passos chave para melhorar a capacidade" de resposta da cidade diante de possíveis novas catástrofes do tipo, disse a vice-prefeita Gibbs.

O informe inclui 59 recomendações em diferentes áreas, começando pela reorganização de mapas de evacuação da cidade.

Nas vésperas da passagem do furacão, o prefeito Michael Bloomberg havia ordenado a evacuação obrigatória de 375.000 nova-iorquinos das áreas costeiras mais baixas de Nova York.

Embora muitos tenham acatado a medida, implementada pela primeira vez na história da cidade em 2011 com a passagem da tempestade tropical Irene, "milhares de moradores decidiram não abandonar suas casas", o que deixou 43 mortos, segundo o informe.

A partir de junho, haverá um novo mapa com seis zonas de evacuação (numeradas de 1 a 6, segundo sua proximidade com a costa e altitude), que deveria permitir maiores flexibilidade e controle, substituindo o mapa atual dividido em três setores (A, B e C).

Outro grande problema da passagem de Sandy foi o corte de abastecimento elétrico em vastas áreas da cidade, o que deixou mais de um milhão de nova-iorquinos sem luz durante vários dias, provocando caos no trânsito e interrupção no transporte público.

Neste sentido, o relatório determina "comprar rapidamente" equipamento de segurança pública, "desenvolver alternativas para manter funcionando a iluminação de rua e os semáforos" e ter pronto um plano para acelerar a restauração da eletricidade em grandes complexos habitacionais.

Também se deu destaque a melhorar a autonomia energética e a eventuais planos de evacuação de hospitais e asilos de idosos.

Na passagem de Sandy, cinco hospitais e 30 instituições geriátricas tiveram seus serviços comprometidos com o furacão e em mais de um caso foi preciso recorrer a uma evacuação de emergência à noite em plena tempestade.

As medidas propostas incluem, ainda, atualizar e melhorar o plano de refúgios para que possa operar durante um período mais longo e prever alojamento de médio prazo para aqueles que não puderem retornar rapidamente para suas casas.

Também se buscará coordenar melhor a distribuição de água e comida.

As consequências de Sandy ainda são sentidas em diferentes setores da cidade, sobretudo em zonas costeiras de Rockaway Beach (Queens, nordeste) e Coney Island (Brooklyn, sudeste).

Até agora, a cidade ajudou 20.000 famílias a retornar para suas casas, distribuindo mais de 3 milhões de comidas e retirando 700.000 toneladas de escombros e dejetos, segundo o informe.