Caracas – No aniversário de um mês da morte de Hugo Chávez, uma missa e uma salva de tiros de canhão marcaram a cerimônia organizada no Quartel de la Montaña, em Caracas, onde o corpo do presidente venezuelano foi temporariamente sepultado. A nove dias da eleição do sucessor de Chávez, os cidadãos assistiram, nas ruas e em redes sociais, a demonstrações de carinho lideradas pelo presidente interino, Nicolás Maduro, afilhado político de Chávez e líder nas pesquisas de intenção de voto. Em um encontro com comandantes das 810 unidades da Força Armada Nacional Bolivariana (Fanb), Maduro chamou Chávez de “Cristo redentor dos pobres” e aproveitou a ocasião para anunciar um orçamento de 78 milhões de bolívares destinado a operações militares ao longo deste ano. Maduro autorizou a criação de um Centro de Investigações para Desenvolvimento e Inovação em Ciências e Artes Militares – segundo ele, “um sonho” de Chávez.
Levantando mais uma suspeita, Maduro afirmou que a oposição tem planos de provocar um apagão geral no país. Problemas no fornecimento de energia são causa frequente de críticas ao governo, que, agora, defende que o sistema elétrico seja declarado item de segurança nacional. “Há sabotagem interna e externa”, acusou Maduro, garantindo que especialistas estão atentos contra “possíveis ataques”.
Em Chacao, capital do estado de Miranda, Capriles – que é o governador – encontrou-se com diversos artistas e defendeu a liberdade de expressão e a ampliação dos investimentos na educação. “Eu não ataco o povo que pensa diferente de mim”, alfinetou. Durante o comício, declarando amor pelo país, Capriles postou no Twitter: “Venezuela: para cuidar de você tenho apenas esta minha vida”.