Jornal Estado de Minas

Tate retira obra de artista considerado culpado de abusos de crianças

AFP

A prestigiosa Tate Gallery britânica retirou de seu site mais de 30 obras de Graham Ovenden, algumas das quais representam meninas nuas, depois de o artista ter sido declarado culpado de abusos sexuais contra menores, anunciou nesta quinta-feira a instituição.

Após a decisão relativa a Ovenden, de 70 anos, anunciada na terça-feira em um tribunal do sul da Inglaterra, a Tate indicou que estava "revisando" as obras que apresenta em seu site do total de 34 que possui do artista em sua coleção desde 1975.

"Até que esta revisão seja concluída, as imagens não estarão disponíveis", acrescentou uma porta-voz da Tate, que reúne quatro museus britânicos, sem indicar se algumas representavam "mulheres envolvidas no julgamento".

Durante o julgamento de Ovenden por fatos ocorridos há 40 anos, o pintor foi acusado de utilizar seus retratos como um artifício para abusar das menores.

O artista, que está em liberdade sob pagamento de fiança à espera do anúncio de sua sentença, negou as acusações e alegou que representar crianças nuas era para ele uma maneira de explorar "o estado de graça".

"Devo dizer que a caça às bruxas que existe neste momento --e a ideia de que uma criança nua não deve ser vista com bons olhos-- é aberrante", disse em uma audiência.

Muitos dos quadros de Ovenden são inspirados no polêmico romance "Lolita", de Vladimir Nabokov, e em "Alice no país das maravilhas", de Lewis Carroll.

Em 2009 a Tate retirou uma foto da atriz Brooke Shields nua quando ainda era criança de uma exposição, depois de uma investigação policial sobre pornografia.