Jornal Estado de Minas

Complô de Washington

Uma reportagem publicada na versão digital do jornal boliviano La Razón revela que, em 2004, o governo dos Estados Unidos elaborou um plano para pôr fim ao governo do presidente Hugo Chávez. A denúncia foi feita pelas jornalistas Natália Viana e Luiza Bodenmuller a partir da análise de documentos vazados pelo site Wikileaks. O plano foi elaborado em 2004 pelo então embaixador William Brownfield, que recordou as diretrizes em um memorando enviado a Washington em 2006.

A estratégia de desestabilização do governo Chávez consistia em cinco pontos e usou a agência de assistência do governo americano Usaid para financiar as operações, com uma verba de US$ 15 milhões. O montante foi destinado a mais de 300 organizações da sociedade civil. As cinco diretrizes do plano eram: 1: fortalecer as instituições democráticas; 2: inflitrar-se na base política de Chávez; 3: dividir o chavismo; 4: proteger negócios vitais para os EUA; 5: isolar Chávez internacionalmente, de acordo com o texto escrito por Brownfield.

Uma das principais estratégias usadas pela Usaid foi o de levar casos de violações dos direitos humanos à Corte Interamericana de Direitos Humanos, com o objetivo de obter condenações e minar a credibilidade internacional do governo venezuelano. O embaixador deixou o posto em Caracas em 2007, uma ano depois da eleição de Chávez e assumiu a embaixada americana na Colômbia. Na administração de Barack Obama, foi nomeado para coordenar a cooperação policial com outros países.