Jornal Estado de Minas

Polêmica sobre morte de líderes terroristas no Mali

AFP

As supostas mortes dos líderes 'jihadistas' Abu Zeid e Mokhtar Belmokhtar geravam polêmica nesta segunda-feira, com o ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian, afirmando que "não há provas" dos óbitos", e o presidente do Chade, Idriss Deby, garantindo que os dois foram liquidados pelas tropas chadianas no Mali.

Entrevistado pelo canal France 2 sobre o destino de Abu Zeid e Mokhtar Belmokhtar, o ministro Le Drian respondeu que "não tem provas da morte destes dois homens". "Não posso dizer que um ou outro está morto porque não sei. Enquanto não tiver provas tangíveis, não posso dizer" que estão mortos.

O presidente Idriss Deby voltou a afirmar nesta segunda-feira que Abu Zeid e Mojkhar Belmokhtar morreram no Mali, acrescentando que seus corpos não foram exposto por respeito aos "princípios do Islã".

"Dois chefes terroristas, Abu Zeid e Mokhtar Belmokhtar, que agitavam o norte do Mali, encontraram a morte durante os combates ocorridos em 22 de fevereiro e 2 de março no maciço de Adrar, no norte do país, entre as tropas chadianas e grupos islâmicos", disse Deby durante um ato oficial na região de Ndjamena.

"Por respeito aos princípios do Islã, os corpos destes dois terroristas não foram expostos. Isto responde às dúvidas do ministro francês da Defesa, que deseja provas".

O Exército do Chade, que enviou mais de 2 mil homens ao Mali, esta na linha de frente das operações, ao lado das tropas francesas, contra os grupos 'jihadistas' que ocupavam o norte malinês.

Abu Zeid e Mokhtar Belmokhtar, que pertenceram aos grupos 'islâmicos' que aterrorizaram a Argélia nos anos 90, eram líderes das 'katibas' (unidades combatentes) do AQMI no Mali, Níger e Mauritânia.

Eles realizaram muito sequestros e execuções de ocidentais, além de atentados.

Belmokhtar deixou a AQMI no final de 2012 para criar seu próprio grupo, "Signatários pelo sangue", que realizou o sequestro em massa em janeiro em um campo de exploração de gás no sul da Argélia.