Leia Mais
Exército israelense desmantela dois acampamentos anticolonizaçãoAutor de atentado anti-israelense na Bulgária não era terrorista suicidaHezbollah denuncia campanha de "difamação" de IsraelEx-ministro de Israel começa a ser julgadoHoje, a Australian Broadcasting Corporation (ABC) identificou o prisioneiro como Ben Zygier, também conhecido como Ben Allen, um cidadão australiano que imigrou para Israel em 2000. Quando morreu, ele tinha 34 anos, era casado com uma israelense e tinha dois filhos.
Segundo a ABC, Zygier trabalhava para o Mossad, serviço israelense de espionagem internacional, e enforcou-se na cela projetada especialmente para a detenção de Yigal Amir, o militante judeu de extrema-direita que em 1995 assassinou o então primeiro-ministro israelense Yitzhak Rabin. Ele teria sido preso por má conduta a serviço do Mossad.
Depois da divulgação da notícia pela ABC, o Ministério de Relações Exteriores da Austrália confirmou que o prisioneiro em questão era natural do país. Legisladores australianos exigiram respostas e o governo do país prometeu uma análise rigorosa do caso.
O chanceler australiano, Bob Carr, qualificou como "perturbadora" a possibilidade de haver cidadãos do país espionando a serviço de outros governos. "Australianos não deveriam trabalhar nem exercer função de coleta de informações para governos estrangeiros usando seus passaportes", declarou Carr à ABC.
Ainda segundo ele, a chancelaria australiana soube ainda em 2010 que Allen fora preso, mas somente depois que a família pediu a repatriação de seus restos mortais à Embaixada da Austrália em Tel-Aviv.
O caso remonta a junho de 2010, quando o portal de notícias Ynet de Israel, publicou nota sobre a existência de um prisioneiro (identificado apenas como "Prisioneiro X") cujos crimes eram desconhecidos. Em 27 de dezembro do mesmo ano, o Ynet publicou que um prisioneiro mantido em confinamento solitário suicidara-se duas semanas antes.
Ambas as notas foram tiradas do ar pouco depois de terem sido publicadas. Em Israel, a censura militar tem poder para suprimir ou impedir a publicação de reportagens consideradas nocivas à segurança do país. O escritório de censura israelense recusou-se a comentar o caso.
Em Israel, a imprensa local vinha sendo proibida de noticiar o caso até hoje, quando caiu a ordem judicial que impedia a mídia de tratar do assunto