Em Paris, oito feministas do grupo Femen fizeram uma manifestação na Catedral de Nôtre Dame para celebrar a notícia. Com os seios à mostra e o corpo pintado com frases como “Bye bye Bento” e “Crise da fé”, elas invadiram a nave central da igreja gritando "Pope no more" (em português, “Papa nunca mais”) e tocaram os sinos do templo religioso, deixando visitantes consternados. Após alguns minutos, as manifestantes foram retiradas do local pela equipe de seguranças de Nôtre Dame.
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Braço direito do Papa, cardeal Tarcísio Bertone terá poder ampliadoPapa realiza missa de quarta-feira de cinzas em RomaPaís com forte tradição católica, a Irlanda viveu, por décadas, situações de abuso de padres contra meninas e meninos. Os casos vieram à tona nos últimos anos, com a publicação do resultado de diversas investigações oficiais sobre o assunto. Apesar da pressão dos grupos defensores dos direitos humanos, os responsáveis não foram devidamente punidos, de acordo com John Kelly.
Houve, porém, quem prestasse solidariedade ao papa. O amparo a Bento XVI veio principalmente pela internet. Nas redes sociais e no Twitter, em que o próprio pontífice mantém uma conta, fiéis lamentaram a saída de Ratzinger e manifestaram apoio à decisão dele de deixar o posto. "Admiro vossa coragem, realismo na decisão", escreveu uma internauta na página destinada a recados para o pontífice na rede. "Vamos ver se percebo: há quem proteste por #bentoxvi resignar, sendo que essa possibilidade está até prevista no direito canônico?", comentou um brasileiro no microblog.
Mas o mundo virtual não ficou livre das críticas ao anúncio da última segunda-feira. Muitas pessoas avaliaram a renúncia como um ato de fraqueza e pediram um líder religioso mais moderno e tolerante, como o antecessor de Bento XVI, João Paulo II. "Lamento a saída. Cristo não faria isso", escreveu uma internauta na página do líder religioso em uma rede social.