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Seus fãs dizem que Scola mistura a autoconfiança de João Paulo II com a intelectualidade de Bento XVI. Ele tem 71 anos, idade que lhe confere ampla experiência como religioso, bispo e administrador, sinalizando que seu pontificado duraria até 20 anos - seria mais longo do que o de Bento XVI, Papa por apenas sete anos. Porém, é justamente a idade que pode tirar votos de Scola: alguns cardeais querem um papado mais longo.
Há também outros italianos entre os favoritos, como o cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, de 70 anos, um intelectual renomado em diversas áreas, como teologia, arte, ciências e filosofia.
Mas a vivência internacional que falta para Ravasi sobra para o cardeal canadense Marc Ouellet, de 68 anos, prefeito da Congregação para os Bispos e um discípulo intelectual de Bento XVI. Embora seja canadense, já viveu também na Áustria, na Alemanha e na Colômbia, o que é visto como uma grande qualidade para o papado. Se eleito, ele será o primeiro Papa das Américas.
Brasileiros
O brasileiro Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, não é considerado um favorito, mas sua eleição tampouco seria uma surpresa. Scherer lidera a mais importante arquidiocese do Brasil - país com maior número de católicos - e uma das maiores da América Latina. Isso atribui a ele grande visibilidade e experiência pastoral. O cardeal brasileiro também tem ampla vivência em Roma, onde trabalhou e estudou por sete anos. Com 63 anos, seria esperado do eventual Papa brasileiro um longo pontificado.
Entre os papáveis não europeus, há ainda pelo menos três latino-americanos: além do brasileiro Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, figuram um argentino e um hondurenho. Outros nomes estão na lista dos papáveis, mas com menor probabilidade de eleição.
Aspectos
Segundo observadores do Vaticano - jornalistas, religiosos, acadêmicos e diplomatas - entre os papáveis há cardeais que ocupam cargos importantes na cúria romana e outros mais afastados, mas a escolha sempre pode surpreender. O cardeal Joseph Ratzinger era um papável e, de fato, se tornou Bento XVI. Mas seu antecessor, João Paulo II, era um jovem desconhecido, cujo nome, Karol Wojtyla, os cardeais mal sabiam pronunciar.
De qualquer forma, o perfil do Papa eleito deve sinalizar qual é o rumo que os cardeais pretendem dar à Igreja Católica nos próximos anos. Eles devem avaliar ao menos cinco aspectos principais na escolha do novo pontífice: idade, que ajuda a estimar quanto tempo deve durar o pontificado; experiência pastoral e fidelidade ao ensinamento teológico da Igreja; experiência como governante ou administrativa - ter sido bispo de uma grande diocese pode ser uma qualidade; experiência política, para mediar conflitos e se relacionar com autoridades de outros países; carisma, pois o Papa precisa lidar com multidões e saber se comunicar.