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Estado de Minas

Coreia do Norte desafia ONU

Ditador comunista lança foguete e atrai ira da comunidade internacional. Conselho de Segurança estuda represália


postado em 13/12/2012 00:12 / atualizado em 13/12/2012 07:28

A Coreia no Norte voltou a desafiar as ameaças internacionais de aumentar as sanções contra o país e lançou ontem  um foguete de longo alcance. Em resposta, o Conselho de Segurança das Nações Unidas reuniu-se às pressas, depois de diversos países criticarem a decisão do ditador Kim Jong-un e exigirem retaliação. "Os membros do Conselho de Segurança condenaram esse lançamento, que é uma clara violação das resoluções nº 1.718 e nº 1.874 do conselho", afirmou o embaixador do Marrocos na ONU, Mohamed Lulichki, atual presidente do órgão.

O lançamento surpreendeu  muitos países. Na véspera, Pyongyang tinha anunciado "problemas técnicos" no foguete e o adiamento da missão em uma semana. Autoridades norte-coreanas declararam que o objeto lançado na órbita terrestre trata-se apenas de um satélite meteorológico. Não foi o bastante para acalmar o Ocidente: os Estados Unidos, o Japão e a Coreia do Sul alertaram para as consequências do avanço tecnológico no país comunista.

Para o brasileiro Heni Ozi Cukier, analista político e especialista em conflitos internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), o lançamento do foguete evidencia o crescimento do poderio militar da Coreia do Norte e sua capacidade para disparar mísseis. "O lançamento de um satélite tem o mesmo mecanismo de um míssil de longo alcance. Conseguir enviar um satélite mostra, então, que o país pode lançar esse tipo de armamento", explica.

A Coreia do Norte sofre diversas sanções financeiras, de tecnologia e de fluxo de pessoas e pode, agora, ficar ainda mais isolada. O Conselho de Segurança prometeu estudar uma "resposta apropriada" ao lançamento e lembrou que, em abril, havia advertido  Pyongyang que agiria com determinação em caso de novos lançamentos. Em comunicado, a Casa Branca classificou o incidente de "ato altamente provocativo, que ameaça a segurança nacional, viola diretamente as resoluções do Conselho de Segurança e contraria as obrigações internacionais da Coreia do Norte".

As Forças Armadas do Japão ficaram em alerta, preparados para derrubar o foguete, caso identificassem algum risco ao seu território. A primeira e a segunda partes do foguete caíram no mar na costa da Península Coreana; a terceira, no Leste das Filipinas. Em constante tensão com o vizinho, a Coreia do Sul fez coro às críticas internacionais, apesar de não ser diretamente afetada pela tecnologia de longo alcance. Um dos poucos parceiros norte-coreanos na Ásia, a China usou pela primeira vez um tom mais duro para mencionar uma ação do vizinho em público. "Expressamos pesar pelo lançamento da Coreia do Norte", disse o chanceler chinês, Hong Lei. Apenas o Irã parabenizou o governo norte-coreano pelo feito.

FESTA "Pouco importa o que digam os outros, continuaremos exercendo nosso direito de lançar satélites", disse ontem um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte. Foi em clima de festa que a população da capital norte-coreana, Pyongyang, recebeu a notícia de que o lançamento do foguete fora bem-sucedido. O país foi parabenizado pelo Irã, um de seus poucos parceiros comerciais, que, acredita-se, importa tecnologia da Coreia do Norte. Especialistas creem que Kim Jong-un conseguiu mandar uma mensagem importante de que continuará a política de enfrentamento. "É muito difícil ele se comportar de outra forma", explica Heni Ozi Cukier. Jong-un assumiu o poder após a morte do pai, Kim Jong-il, em 17 de dezembro do ano passado.


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