A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) anunciou nesta terça-feira que enviará sistemas antimísseis Patriot à fronteira sul da Turquia, aumentando as defesas locais do governo turco contra possíveis ataques vindos da Síria. O envio dos mísseis Patriot deixa os Estados Unidos e seus aliados europeus mais próximos à guerra civil da Síria, onde insurgentes tentam derrubar o governo de Bashar Assad desde março de 2011.
Os 28 integrantes da Aliança Atlântica, entre os quais a Turquia decidiram usar os Patriot apenas para "finalidades defensivas" e conter os disparos de morteiros feitos a partir do lado sírio da fronteira, os quais já mataram pelo menos cinco civis turcos. Mas o anúncio também parece ser um aviso ao regime de Assad, num momento em que tanto Washington quanto Ancara temem que o governante sírio esteja pronto a usar seu arsenal de armas químicas.
"Nós ficamos ao lado da Turquia dentro de um espírito de forte solidariedade" disse o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen. "Para qualquer um que deseje atacar a Turquia, estamos dizendo: 'nem pensem em fazer isso'", afirmou o militar.
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Espera-se que a Alemanha e a Holanda forneçam aos militares turcos as baterias que disparam os mísseis interceptores PAC-3. Já os EUA poderão enviar alguns dos seus estoques de mísseis Patriot na Europa. Mas o número exato de baterias e mísseis que serão enviados ainda não foram definidos.
A Otan já instalou sistemas de mísseis Patriot na Turquia em duas ocasiões - a primeira durante a Guerra do Golfo em janeiro de 1991 e a segunda durante a invasão norte-americana do Iraque em 2003. Nas duas ocasiões, os sistemas não foram usados e foram desmontados e enviados à Europa alguns meses depois..