Para a Associação de Pais de Alunos de Origem Portuguesa, a medida é uma “necessidade”. “Dez por cento dos alunos que estão matriculados em escolas são lusófonos e têm o direito de manter sua língua”, diz Carla Rocha, presidente da associação, que conta com o apoio de várias entidades, incluindo algumas que se especializam no “português brasileiro”.
Segundo ela, os pais desses alunos têm até 15 de novembro para coletar assinaturas suficientes para que o governo realize um referendo. Pelas leis da Suíça, qualquer grupo da sociedade civil pode lançar uma iniciativa que, se coletar apoio suficiente, transforma-se em votação para toda a cidade.
Mas nem todos estão de acordo. Para Carlos Medeiros, conselheiro municipal da cidade e de origem portuguesa, a exigência de que o Estado suíço pague por essa conta “não se justifica”. “Então vamos ter de oferecer albanês, kosovar e sérvio”, alertou Medeiros, indicando para a presença de outras nacionalidades de peso na região. “Não podemos permitir que comunidades se fechem” completou o conselheiro, lembrando que 45% da população de Genebra é de estrangeiros. Sua avaliação é de que a Suíça deve oferecer como cursos obrigatórios apenas as línguas oficiais do país - francês, alemão e italiano.