Jornal Estado de Minas

Depois de massacre, grevistas sul-africanos são acusados de matarem colegas

AgĂȘncia Estado AFP
Grevistas são acusados pela morte de colegas durante paralisação - Foto: AFP
Mineiros empregados pela Lonmin Plc que foram detidos há duas semanas, após a polícia abrir fogo e matar 34 trabalhadores grevistas, foram acusados de assassinarem seus colegas, disse nesta quinta-feira a promotoria de Johannesburgo. "O tribunal hoje acusou todos os trabalhadores de assassinato, sob a lei comum" disse o porta-voz da promotoria, Frank Lesenyego, à agência France Presse (AFP).
A greve na mina de platina de Marikana, na África do Sul, começou após 3 mil cavadores de rochas iniciarem um protesto por melhores salários. A greve foi considerada ilegal. Após vários dias de lutas entre trabalhadores e entre trabalhadores e guardas, que deixaram 10 mortos, incluídos dois policiais, a polícia abriu fogo contra uma multidão, durante um impasse em uma marcha que os mineiros tentavam fazer até uma cidade vizinha. Os disparos da polícia mataram 34 trabalhadores.

A lei do país determina que todas as pessoas detidas em um lugar onde houve um tiroteio envolvendo policiais têm que ser indiciadas por assassinato, independente de as vítimas serem agentes ou não. A acusação recai sobre os 270 mineiros: os 259 que foram detidos no dia 16 de agosto mais os feridos que foram presos ao sair do hospital.

O juiz marcou a próxima audiência para quinta-feira, 6 de setembro, e ordenou que continuassem detidos até então. O ativista Julius Malema, expulso em abril da ANC, o partido no poder na África do Sul, compareceu à audiência desta quinta-feira. "É uma loucura!", disse depois da decisão do juiz, "nenhum dos policiais que matou esses mineiros está na prisão".