Usando camisetas brancas, alguns companheiros de trabalho dos mortos carregaram o caixão sob o olhar dos familiares desconsolados.
Altos funcionários do governo, entre eles o ministro da Saúde, Aaron Motsoaledi, e o ministro da Presidência, Collins Chabane, estivaram presentes.
Outros dois mineiros também foram enterrados neste sábado na província Oriental do Cabo, de onde procedia a maioria das vítimas.
Em 16 de agosto passado, 34 mineiros morreram depois que a polícia sul-africana abriu fogo contra trabalhadores em greve na mina de platina Marikana, na mais sangrenta intervenção policial no país desde a queda do regime do apartheid, em 1994.
Dois dias antes, em outros confrontos, oito mineiros e dois policiais perderam a vida.
O movimento, considerado ilegal, teve início com uma reivindicação de um grupo de mineiros que exigia triplicar seu salário, atualmente de 4.000 rands mensais (486 dólares).
O grupo Lonmin indicou neste sábado, no entanto, que quase 60% dos mineiros de um dos dois grupos de extração de platina de Marikana desistiram da greve decretada e retomaram o trabalho, enquanto as partes continuavam buscando um acordo.
Há seis meses, a produção de platina na África do Sul, principal produtor mundial, vive fortes tensões exacerbadas pela crise mundial, em particular a automobilística, e que ilustram as más práticas sociais herdadas do passado que persistem no setor minerador.
A tragédia de Marikana chamou a atenção para as precárias condições de vida dos mineiros sul-africanos.