"Nós pedimos aos países da região, incluída Ruanda, que trabalhem juntos para cortar todo o apoio aos rebeldes do M23, que eles sejam desarmados e levados à Justiça", disse Hillary, após conversar hoje com o chanceler da África do Sul em Pretória.
O governo de Kinshasa acusa Ruanda de armar e financiar os insurgentes do M23, que combate tropas regulares do Congo desde abril no leste congolês. Já o governo de Ruanda acusa seu vizinho de planejar ataque contra rebeldes ruandeses da etnia hutu na mesma região.
O anúncio desta terça-feira também se segue à cúpula da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (ICGLR, na sigla em inglês) uma organização política que reúne 11 países da África central e austral. A ministra das Relações Exteriores de Ruanda, Louise Mushikiwabo, disse que a força deverá ser enviada logo após a formação ao leste do Congo, e que seu objetivo é evitar que uma nova e sangrenta guerra se espalhe pela região inteira, como ocorreu no final da década de 1990.
"A força regional será enviada o mais cedo possível, logo após acertarmos os detalhes finais na próxima reunião", disse a chanceler de Ruanda. A próxima reunião ocorrerá em 15 de agosto.
Na semana passada, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) pediu um "fim imediato a qualquer apoio" que seja concedido ao M23, que nas últimas semanas derrotou as tropas da República Democrática do Congo em várias cidades mineradoras do leste do país. Os rebeldes congoleses do M23 são chefiados pelo general desertor Bosco Ntaganda, que abandonou o governo de Kinshasa em abril levando centenas de soldados.
Os combates mais recentes que irromperam no leste do Congo podem reviver o conflito pan regional africano, que durou do final dos 1990 até meados da década passada, deixando mais de 6 milhões de mortos, e também aumentar o contrabando de minerais como estanho ouro e tântalo, um mineral raro e caro usado para fabricar componentes de microcomputadores. O Congo é o terceiro maior produtor mundial de tântalo, de acordo com o Conselho da Indústria de Tecnologia da Informação. O medo é que Bosco Ntaganda use o contrabando de minerais para financiar os rebeldes.