O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, comemorou nesta sexta-feira a decisão dos presidentes do Mercosul, que aceitaram o seu país como membro pleno do bloco a partir de 31 de julho, afirmando que este é um "dia histórico" que "terá ressonância geopolítica". "É um dia histórico, é preciso comemorá-lo, 29 de junho, um dia para a história da integração (...) é uma lição de ética, uma lição de política verdadeira para esses enclaves autoritários que ainda existem na América Latina", disse Chávez ao canal Telesur. "É um dia histórico que deve ser comemorado e que terá ressonância geopolítica. Não tenho dúvidas de que por trás daquele grupo de senadores, de deputados de Paraguai, estão as mãos do império impedindo a formação na América do Sul de uma verdadeira potência", acrescentou. A entrada da Venezuela no Mercosul como membro pleno estava pendente desde 2006, quando o país assinou o protocolo de adesão ao bloco. A participação venezuelana não podia se concretizar porque o Senado do Paraguai - de maioria opositora - sempre votava contra, alegando "violações aos direitos humanos" perpetradas pelo governo de Chávez. Os parlamentos dos outros membros plenos do Mercosul (Argentina, Brasil e Uruguai) tinham aprovado há tempos a entrada da Venezuela. Em oposição à recente destituição do presidente Fernando Lugo, o Paraguai foi suspenso nesta sexta-feira do Mercosul por decisão dos presidentes do bloco, reunidos na cidade argentina de Mendoza, até as eleições presidenciais que serão realizadas no país em abril de 2013. Depois de anunciar essa decisão, os presidentes dos países que fazem parte da instituição informaram também que a Venezuela se unirá ao bloco como membro pleno no dia 31 de julho. "Agora com a Venezuela no Mercosul podemos dizer que no Mercado Comum do Sul, nesse grande espaço sul-americano, está a maior reserva de petróleo do mundo (...) as reservas de gás mais importantes do mundo e a maior reserva de água", declarou Chávez. "É ganhar ou ganhar para todos. O grande ganho é a integração e o fortalecimento do Mercosul", destacou o presidente à rede de televisão Telesur.