Strauss-Kahn foi colocado em controle judicial, anunciou o procurador de Lille, em comunicado. Os juízes de instrução pediram para que o ex-chefe do FMI depositasse "um cheque-caução de 100 mil euros", completou. "Após sua audiência, Dominique Strauss-Kahn foi colocado sob controle judicial com proibição de entrar em contato com os acusados, as partes civis, as testemunhas e qualquer veículo de imprensa relacionado aos objetos do procedimento", informou o procurador.
Strauss-Kahn "declara com a maior firmeza não ser culpado de nenhum desses atos e de jamais ter tido a mínima ideia de que as mulheres com as quais se encontrou podiam ser prostitutas", declarou por sua vez um de seus advogados, Richard Malka.
O interrogatório do ex-chefe do FMI começou à tarde e terminou no início da noite. O ex-ministro socialista saiu de carro do palácio de Justiça de Lille pouco depois das 22H00 locais (17H00 de Brasília).
Os advogados de Dominique Strauss-Kahn anunciaram na noite desta segunda-feira sua intenção de apelar à decisão de acusar formalmente seu cliente. "Vamos solicitar a anulação desta decisão" de acusação formal, declarou Henri Leclerc, outro de seus advogados. "Ninguém pode compreender a noção de proxenetismo aplicada à situação. É ainda mais inverossímil e contrário ao sentido comum o uso das noções de grupo organizado ou de rede para uma simples atividade libertina", disse Malka.
Há um mês, ao final de dois dias de prisão para investigação, Strauss-Kahn recebeu uma convocação dos juízes, no sentido de que podiam acusá-lo de "cumplicidade com proxenetismo agravado em grupo organizado" e "ocultamento de abuso de bens sociais".
Inicialmente havia sido convocado para 28 de março, mas não deu informações sobre os motivos que o levaram a adiantar a audiência.
Os juízes a cargo do caso denominado Carlton de Lille tentam determinar se Strauss-Kahn sabia que se tratavam de prostitutas as participantes das festas libertidas das quais participou.