O chamado Imposto à Concentração de Imóveis Rurais (ICIR) prevê uma taxa anual de 67 Unidades Indexadas por hectare (cerca de 8 dólares) para as extensões de terra entre 2 e 5 mil hectares; de 100 Unidades Indexadas (12 dólares) o hectare para aquelas extensões entre 5 e 10 mil hectares, e de 135 Unidades Indexadas (16 dólares) o hectare para as propriedades superiores aos 10 mil.
Em todos os casos, serão tributadas aquelas terras com um índice Coneat (utilizado para medir a qualidade do solo) superior a 100 ou equivalente; ou seja, 3 mil hectares com índice 60 não pagariam, mas 1500 hectares com índice Coneat 200 o fariam.
Em sua exposição de motivos, o projeto sustenta que, em dólares correntes, o valor do hectare se multiplicou por nove em 20 anos, e que em dólares constantes se multiplicou por quatro, enquanto esta valorização da terra não se refletiu em nível fiscal.
Segundo os cálculos do governo, o novo imposto afetará menos de 1.500 dos mais de 50.000 produtores do país, que possuem um terço dos 17 milhões de hectares cultiváveis ou produtivos de todo o território.
O governo acredita que o imposto permitirá arrecadar cerca de 60 milhões de dólares anuais que serão destinados a obras de acesso ou de estradas rurais nos departamentos do interior.
O polêmico imposto foi apresentado no dia 22 de agosto pelo governo, após meses de debate dentro da governante Frente Ampla (FA, esquerda) entre os setores que apoiavam o presidente Mujica, que buscavam sua aprovação, com os grupos que respondem ao vice-presidente Danilo Astori.