O confronto ocorrido neste domingo acontecia enquanto resultados preliminares de uma segunda rodada de votação nas eleições parlamentares mostraram que os partidos islâmicos, liderados pelo partido Irmandade Muçulmana, continuavam a dominar a votação. A terceira, e final, rodada de votação está prevista para o próximo mês em nove das 27 províncias do Egito.
Os militares têm reagido com exagerada força para esmagar o mais recente espasmo de violência, conforme pode se ver nas imagens de vídeo transmitidas pelas estações de TV regionais e postadas nas redes sociais. Soldados têm arrastado manifestantes femininas pelo cabelo, arrancando pelo menos uma peça de roupa, além de chutar e bater com cassetetes em outros manifestantes, derrubando-os ao chão.
Apesar de a última onda de violência envolver um número relativamente pequeno de manifestantes, os conflitos aumentaram ainda mais a tensão política no país, com os ativistas pró-democracia, que estiveram por trás da derrubada do regime Mubarak, acusando os generais militares de conduzirem mal o período de transição e de abusos em larga escala dos direitos humanos. Os partidos islâmicos têm se mantido distantes das recentes ondas de violência, temendo que a participação nos protestos pudesse ameaçar os seus ganhos eleitorais, postura essa que levou a muitos ativistas acusarem os islâmicos de oportunismo políticos.