O mexicano de "coração brasileiro" incentiva as crianças a cantarem no volume máximo. Elas entram na roda com vergonha, cantando baixinho, com medo de levantar muito a voz. "Pouco a pouco eles descobrem que uma pessoa sozinha pode fazer muitas coisas, mas quando estamos em grupo, podemos construir uma escada para tocar o céu e as estrelas."
Além dele, mais dois mestres brasileiros foram contratados para o projeto, financiado pelo governo brasileiro, da Agência de Refugiados das Nações Unidas (UNRWA). A iniciativa partiu da ONG Bidna Capoeira, que implementou o ensino da capoeira com sucesso nos campos de refugiados na Síria e o levou para os territórios palestinos com um projeto-piloto em março deste ano. "A capoeira dá um sentido de família para essas crianças", diz o fundador da Bidna, o sírio-alemão Tarek Alsaleh.
Na terça-feira, o escritório de representação diplomática do Brasil em Ramallah formalizou a colaboração com o projeto com US$ 83 mil. O valor serve para comprar instrumentos e pagar os professores por pelo menos seis meses. Mais de 600 crianças de 8 campos serão atendidas pelo programa.