Jornal Estado de Minas

Manifestantes são presos em Nova York

Movimento denúncia a avareza de Wall Street e a corrupção dos mais ricos há quatro semanas

AFP
Policial tenta conter manifestantes em Nova York - Foto: Spencer Platt/AFP
Ao menos trinta pessoas foram presas nesta sexta-feira nos Estados Unidos quando a polícia dispersou protestos contra o sistema financeiro, informaram as autoridades. Por outro lado, os manifestantes de Nova York conseguiram nesta sexta-feira uma vitória temporária com a suspensão de uma ordem para abandonar a praça que ocupam.

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"Vinte três pessoas foram presas, 21 pela patrulha estadual do Colorado e duas foram presas pelo departamento de polícia de Denver", disse o sargento Mike Baker, da patrulha do Colorado, à AFP. O motivo para desmantelar as manifestações foi permitir tarefas de limpeza, informou a imprensa local citando a polícia.

No desalojamento do acampamento instalado em um parque em frente ao Capitólio, no centro de Denver, participaram 135 oficiais da patrulha estadual, detalhou o porta-voz. Segundo o canal de notícias Fox, houve breves confrontos e empurrões entre os manifestantes e a polícia, mas o desalojamento foi realizado com calma e sem deixar feridos.

"O acampamento central foi evacuado (...). Houve algumas prisões entre os que defendiam nossa cozinha (...). Mas o 'Occupy Denver' continua. Isso não é o fim. Façam cartazes. Venham. Não temam. Ocupem!", publicou o movimento Occupy Denver em sua página no Facebook.

Os manifestantes tinham prazo até as 23h00 locais de quinta-feira para desalojar o parque, e a polícia começou a desmantelar as barracas às 03h30 da madrugada de sexta-feira, informou a Fox. Também em San Diego foi preso um homem que se negava a deixar o acampamento instalado perto da prefeitura em apoio ao movimento nova-iorquino, informou Boyd Long, do Departamento de Polícia dessa localidade do sudoeste da Califórnia.

A polícia de San Diego havia dado na quinta-feira um ultimato aos manifestantes - que estavam há uma semana acampados no local - para que se tirassem antes da meia-noite suas "propriedades pessoais não autorizadas". Às 08h00 locais de sexta-feira, a polícia já tinha desmontado toda a ocupação e não foram reportados confrontos, apesar de os manifestantes continuarem portando cartazes no local. "Continuaremos defendendo seu direito de protestar", disse o oficial Long.

"As pessoas podem ficar. Isso é o que importa", escreveu Valerie Truluv na página do movimento de San Diego no Facebook, após a expulsão. Paralelamente, os manifestantes do movimento "Occupy Wall Street" (Ocupar Wall Street) de Nova York conseguiram nesta sexta-feira uma vitória temporária com a suspensão de uma ordem para abandonar a praça onde estão acampados desde 17 de setembro, informou a prefeitura da cidade, que exigia a saída dos ativistas para limpar a região.

A prefeitura de Nova York informou em um comunicado que o proprietário da Praça Zuccotti "adiou a limpeza do parque" prevista para esta sexta-feira, durante a qual estava programada a retirada dos manifestantes. Pouco depois, pelo menos três manifestantes foram detidos em confrontos com a polícia, que atuou contra ativistas que protestavam na rua, o que não é permitido.

O anúncio da suspensão da ordem de saída provocou uma intensa comemoração dos milhares de manifestantes e simpatizantes que estavam reunidos no local para evitar a ordem de expulsão. O prazo concedido pelas autoridades para o esvaziamento do local terminava às 7h00 locais (8H00 de Brasília).

"É uma grande vitória para nós", declarou à AFP Senia Barragan, uma porta-voz do "Occupy Wall Street" (OWS), para quem o movimento deve refletir sobre o que acontecerá no futuro e como ampliar o protesto. Os manifestantes do "Occupy Wall Street" já haviam afirmado que permaneceriam na Praça Zuccotti.

"Não sairemos! Não sairemos!", gritavam os manifestantes, enquanto outros pediam calma. Alguns cartazes exibiam frases como "Policiais, não preferiam prender um banqueiro?" e "Liberdade de reunião". Durante a noite, os manifestantes organizaram a limpeza da praça.

No comunicado, o prefeito Michael Bloomberg afirma que os proprietários da praça esperam chegar a um "acordo com o movimento para que o parque permaneça limpo, seguro e utilizável pelo público, e respeitando as lojas e moradores".

"O povo unido jamais será vencido", gritou a multidão ao tomar conhecimento do adiamento da limpeza. Na noite de quinta-feira, o OWS publicou em seu site um apelo para evitar o fechamento forçado do acampamento, com uma ação não violenta.