Os supostos casos de tortura ocorreram em prisões sob tutela da polícia e do serviço de inteligência do Afeganistão. O relatório da ONU fala em tortura sistemática e habitual. Muitos prisioneiros, vários deles detidos pelas forças da Otan, teriam apanhado com mangueiras de borracha e sofrido abuso sexual. Em um dos casos relatados, um jovem de 19 anos teria apanhado por 19 dias até morrer de hemorragia.
O caso reforça a desconfiança sobre a capacidade do Afeganistão cuidar de sua própria segurança. Não é a primeira vez que o processo é suspenso: no ano passado, as autoridades de Defesa da Grã-Bretanha paralisaram a transferência de presos para cadeias em Cabul após a Justiça britânica concluir que os detentos sofriam o risco de tortura.
As prisões mencionadas no relatório são as dirigidas pelo Departamento Nacional de Segurança do Afeganistão nas cidades de Herat, Khost, Lagman, Kapisa e Takhar. A Força Internacional de Assistência para Segurança também suspendeu as transferências para duas prisões administradas pela polícia em Kunduz e Tarin Kowt.