Os protestos que abalaram o final de semana os subúrbios de Londres prosseguiam na madrugada desta terça-feira, com confrontos também nas cidades de Birmingham (centro), Liverpool (noroeste) e Bristol (sudoeste).
Vários prédios ardiam em Croydon, Peckham e Lewisham, no sul de Londres, e grupos de saqueadores agiam nas ruas de Hackney (leste), Clapham (sul), Camden (norte) e Ealing (oeste). No conhecido restaurante "Ledbury", no bairro de Notting Hill, assaltantes roubaram celulares de clientes e levaram o dinheiro da caixa registradora.
Na cidade de Birmingham, a polícia deteve 87 jovens que saqueavam lojas. Uma delegacia local estava em chamas. Em Liverpool, a polícia enfrentou os manifestantes, que queimaram vários carros. "Não vamos tolerar qualquer violência nas ruas de Liverpool, e já adotamos medidas rápidas e firmes para enfrentar isto", disse o oficial da polícia Andy Ward.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, que estava de férias na Itália, decidiu voltar ao país e nesta terça realizará uma reunião com os serviços de emergência, informou seu gabinete. A Scotland Yard anunciou a mobilização de mais 1.700 agentes para enfrentar os piores distúrbios na capital britânica em anos.
A polícia britânica precisou que 334 pessoas foram detidas desde o início dos distúrbios, no sábado. Deste total, 69 foram acusadas pelos incidentes ocorridos na capital. Os primeiros confrontos ocorreram em Tottenham, no norte de Londres, durante uma manifestação que pedia "justiça" após a morte de um homem de 29 anos, Mark Duggan, em um tiroteio com a polícia na quinta-feira.
Futebol
O amistoso entre Inglaterra e Holanda, que seria disputado nesta quarta-feira no estádio de Wembley, foi cancelado em consequência dos protestos, anunciou a Federação Inglesa. "Para nosso pesar, a partida contra a Holanda em Wembley foi cancelada", afirma a federação em um comunicado. A decisão foi tomada por recomendação da polícia e elogiada pelo zagueiro Rio Ferdinand, que disputaria a partida.