O BEA disse que os instrumentos de velocidade aérea deram leituras diferentes, provavelmente devido aos cristais de gelo que obstruíam os "tubos de pitot", ou sensores que ficam na parte externa da fuselagem do avião e medem a velocidade da aeronave em voo. O relatório descobriu que os dois copilotos não tinham treinamento para lidar com leituras enganosas de velocidade aérea a uma grande altitude ou então para pilotar manualmente a aeronave sob essas condições.
A Airbus, fabricante do 330, disse que o relatório é bem-vindo. O relatório "é um passo adiante na direção de uma compreensão total da cadeia de eventos que levaram a esse trágico acidente", disse a empresa, que afirmou que substituiu todos os "tubos de pitot" nos aviões modelos 330 e 340 desde o desastre de 2009.
O BEA disse que os motores funcionavam e sempre responderam aos comandos da tripulação. Durante os últimos minutos, a voz escutada na cabine dos pilotos não enviou nenhuma mensagem de emergência aos passageiros. O BEA recomenda que as empresas aéreas incluam treinamento específico para a pilotagem manual das aeronaves, especialmente sobre como lidar com um colapso do avião em grandes altitudes. "Mesmo que os dois tenham percebido a perda dos indicadores de velocidade, nenhum dos copilotos" lidou adequadamente com a situação, disse o relatório. Aparentemente, eles não perceberam que em uma situação de problema aerodinâmico, o nariz do avião deve ser mantido ligeiramente para baixo para recuperar a sustentação, uma vez que o problema é provocado porque a aeronave está em velocidade muito baixa.
O relatório também afirma que o ângulo vertical do avião, relativo ao horizonte - conhecido como ângulo de ataque -, não estava diretamente mostrado aos pilotos e disse que os reguladores deveriam tornar esse leitor visível aos pilotos.