As forças de segurança afegãs -Exército e Polícia - estarão na linha de frente e as forças da Otan - neozelandesas nesta província - devem ser mantidas como apoio. Bamiyan, conhecida por seus antigos Budas gigantes, destruídos com explosivos pelos talibãs quando estes governavam o Afeganistão (1996-2001), é uma das regiões mais tranquilas do país e, por isso, o processo iniciado neste domingo deve ter poucas consequências visíveis.
Nesta região montanhosa, povoada pela minoria xiita hazara, vítima de abusos e massacres cometidos pelos "estudantes de religião" quando estavam no poder, seus habitantes são inimigos jurados dos talibãs e as tropas estrangeiras não são muito numerosas. O processo de transição deve ser iniciado oficialmente nos próximos dias nas províncias de Cabul (à exceção do distrito de Surobi) e de Panchir (nordeste) e nas capitais provinciais Mazar-i-Sharif (província de Balj, norte), Herat (Herat, oeste), Lashkar Gah (Helmand, sudoeste), Mehtarlam (Laghman, leste).
A Otan conta com cerca de 130.000 soldados mobilizados no Afeganistão, dos quais dois terços são americanos. Em meados de junho, Washington anunciou a sua intenção de retirar um terço de seu contingente até setembro de 2012. Esse efetivo representa todos os reforços americanos enviados no final de 2009 ao Afeganistão para impedir o avanço dos insurgentes talibãs.
Outros países que participam com tropas da força da Otan no Afeganistão anunciaram a retirada gradual de suas tropas até 2014. O processo preocupa a população e alguns especialistas, que duvidam da capacidade das forças afegãs em assumir o controle no país frente ao enfraquecimento do governo do presidente Hamid Karzai, mergulhado em um mar de corrupção.
Segundo um relatório do Pentágono apresentado em abril ao Congresso americano, 80% das unidades do Exército afegão são operacionais se estiverem acompanhadas de forças internacionais. No momento, não há nenhuma capaz de operar sozinha. O representante especial da ONU no Afeganistão, Staffan de Mistura, considerou em julho que a situação melhorava no país, o que segundo ele é um sinal positivo, levando-se em consideração o início da transição.