O primeiro-ministro britânico David Cameron apresentou nesta terça-feira uma versão suavizada do ambicioso projeto de reforma do sistema de saúde britânico, temido pela opinião pública e duramente criticado pelos profissionais do setor e pelos sindicatos. "Ouvimos, tiramos lições e aperfeiçoamos nosso projeto para o NHS", o National Health Service (Sistema Nacional de Saúde), explicou Cameron em uma entrevista coletiva à imprensa após uma pausa de dois meses para consultar uma comissão de especialistas. A nova versão desta importante reforma retoma em grande parte as conclusões da comissão.
A polêmica ficou concentrada inicialmente no papel crescente concedido ao setor privado, que suscitou temores de uma privatização do NHS, e na transferência prevista da gestão do orçamento de saúde a consórcios de médicos particulares.
Segundo a reforma inicial, esses consórcios deveriam ser administrados a partir de 2013 pelos próprios médicos, muitos dos quais consideravam que não estavam formados para trabalhos administrativos.
Além de eliminar a data de 2013, a nova versão da reforma estabelece que os centros de médicos particulares poderão receber o apoio de outros profissionais da saúde.
A coalizão também prometeu finalmente garantias maiores contra a privatização e também para impedir que os grupos particulares escolham apenas os pacientes mais rentáveis.
O governo criará assim uma autoridade reguladora encarregada de favorecer a concorrência e de proteger o interés de los enfermos.
O governo disse "não" ao "dogma do livre mercado", assegurou Nick Clegg, número dois da coalizão de conservadores e liberal-democratas, que defendeu a modificação da reforma.