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Estado de Minas

China reforça repressão no aniversário de massacre


postado em 04/06/2011 15:12

Milhares de pessoas participam de vigília em Hong Kong neste sábado(foto: AFP PHOTO/MIKE CLARKE )
Milhares de pessoas participam de vigília em Hong Kong neste sábado (foto: AFP PHOTO/MIKE CLARKE )
Forças de segurança da China estão alertas com relação a manifestações relacionadas ao 22º aniversário, neste sábado, do massacre da praça Tian'anmen, ou Praça da Paz Celestial. Segundo ativistas de direitos humanos, a repressão do governo contra os dissidentes, rotineira, está ainda mais dura neste ano, em que muitas ditaduras têm sido questionadas, em especial no mundo árabe. Centenas de ativistas, advogados e escritores de blogs têm sido interrogados nos últimos dias, detidos. Alguns simplesmente desapareceram. Bao Tong, ex-assessor do falecido e liberal Zhao Ziyang, secretário do Partido Comunista, foi levado junto com a esposa para um local desconhecido por membros das forças de segurança de acordo com os Defensores Chineses dos Direitos Humanos, um grupo que divulga informações sobre dissidentes do governo do país. Bao foi preso depois do massacre, há 22 anos, enquanto Zhao, seu ex-chefe, foi deposto por simpatizar com os manifestantes. Ding Zilin, que criou um grupo para pessoas cujas crianças foram assassinadas no massacre, foi colocado em prisão domiciliar enquanto vários ativistas que participaram dos protestos de 1989 foram retirados de suas casas e enviados para locais desconhecidos. Chen Ziming, criador de um instituto liberal que mediava conversas entre os estudantes e os líderes do Partido Comunista na época, foi intimado a não sair de casa até 10 de junho, de acordo com o Centro de Informações para Direitos Humanos e Democracia, entidade baseada em Hong Kong. Vários outros foram intimados a não deixar suas casas, emitir comunicados ou falar com a imprensa. Poucos jovens se lembram dos eventos de 22 anos atrás. O governo chinês não fala publicamente sobre o assunto e nunca divulgou o de que fato ocorreu quando carros de combate militar esmagou os manifestantes na praça Tian'anmen. Centenas, possivelmente milhares de pessoas foram mortas na noite do dia 3 para o dia 4 de junho de 1989. Em Hong Kong, que voltou à tutela chinesa em 1997, mas que mantém seu sistema legal de herança britânica, milhares de pessoas acenderam velas para marcar o aniversário, em um grande parque da cidade. Ativistas pela democracia depositaram uma coroa de flores num memorial improvisado e curvaram-se três vezes, como manda a tradição chinesa do luto. Multidões assistiram mensagens gravadas em vídeo por Ding Zilin e Wang Dan dois dos líderes do movimento na época. "Queremos mandar uma forte mensagem para o regime comunista da China de que eles não podem suprimir a memória de 4 de junho" afirmou Lee Cheuk-yan, advogado e ativista pró-democracia. Em Taiwan, ilha que a China reivindica como seu território, o presidente Ma Ying-jeou divulgou um comunicado pedindo que a China respeite direitos, institua reformas políticas e liberte dissidentes aprisionados. Taiwan é reconhecido como soberano por pouco mais de 20 países, boa parte deles na América Latina. Os protestos da praça Tian'anmen renderam uma das imagens mais lembradas do século 20, com um jovem solitário e desarmado enfrentando uma fileira de tanques de guerra. Os protestos começaram com a morte do dirigente comunista reformista Hu Yaobang. Mais de 100 mil estudantes, trabalhadores e intelectuais se uniram em marchas pacíficas pelas ruas de Pequim. Além de liberdade e reformas democráticas, os manifestantes também protestavam contra a corrupção e a inflação resultante da abertura econômica. O governo chinês chamou os pedidos do povo de conspiração revolucionária para derrubar o regime comunista e reprimiu violentamente os protestos. Na noite de 3 de junho, o exército foi enviado à Praça da Paz Celestial, resultando na morte de centenas civis e deixando milhares de feridos. As informações são da Associated Press.


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