Milhares de pessoas participaram nessa sexta-feira em Montevidéu de uma marcha anual em memória dos desaparecidos durante a última ditadura (1973-1985), no mesmo dia em que fracassou um projeto para anular uma lei que evitou a investigação de violações dos Direitos Humanos neste período.
Convocada todos os dias 20 de maio desde 1996 pela organização Mães e Familiares de presos desaparecidos, a marcha percorreu cerca de 20 quadras desde a Praça dos Desaparecidos até a Praça Liberdade.
A multidão caminhou em silêncio, sem velas, flores, nem bandeiras partidárias, segurando fotos dos desaparecidos e atrás de um gigantesco cartaz com a legenda "Verdade e justiça, direito de todos, responsabilidade do Estado".
Ao chegar à Praça Liberdade foram pronunciados os nomes das pessoas desaparecidas e o hino nacional foi entoado.
Durante a ditadura uruguaia quase 200 opositores desapareceram, em sua maioria na Argentina, pela colaboração entre as duas ditaduras no âmbito do plano Condor.
A marcha de sexta-feira ocorreu no mesmo dia que a governante Frente Ampla (esquerda) não conseguiu a maioria necessária para anular uma lei que evitou investigações sobre violações aos direitos humanos na ditadura do país.