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Estado de Minas

Irã expulsa um jornalista da AFP


postado em 11/03/2011 14:23

(foto: Behrouz Mehri/AFP Photo/Arquivo)
(foto: Behrouz Mehri/AFP Photo/Arquivo)
O chefe de redação da filial da Agência France-Presse (AFP) de Teerã, Jay Deshmukh, foi expulso nesta sexta-feira do Irã sem qualquer explicação oficial sobre os motivos da decisão. As autoridades retiraram as credenciais de imprensa de Deshmukh e de outros dez correspondentes estrangeiros em 15 de fevereiro passado, no dia seguinte à primeira grande manifestação da oposição em Teerã em um ano, amplamente coberta pela AFP e pela maioria da imprensa internacional. "Jay Deshmukh é um profissional experiente e muito rigoroso. Sua expulsão é incompreensível e inadmissível. Os jornalistas da AFP em Teerã realizam um trabalho exemplar", declarou o diretor de Informação da AFP, Philippe Massonnet. Desmukh, 40 anos, de nacionalidade indiana, assumiu suas funções em Teerã em janeiro de 2009. Entrou para a AFP em 2001 como correspondente em Mumbai e ocupou diferentes postos na Índia, antes de trabalhar por quatro anos no escritório da AFP em Bagdá (2005-2008). A chancelaria francesa "lamentou profundamente" a expulsão do jornalista. "Esta lamentável decisão das autoridades iranianas reflete uma deterioração das condições de trabalho dos jornalistas no Irã", declarou à imprensa o porta-voz da chancelaria, Bernard Valero. "Expressamos ao embaixador do Irã nossa preocupação e nossa incompreensão ante este novo ataque contra a liberdade de imprensa", acrescentou. Os meios de informação iranianos e estrangeiros são alvo de uma dura repressão desde a polêmica eleição do presidente conservador Mahmud Ahmadinejad em junho de 2009. Essa eleição, durante a qual a oposição denunciou fraudes em massa, desencadeou uma onda de protestos sem precedentes que se prolongou por vários meses e mergulhou o regime em uma das piores crises políticas desde a revolução islâmica de 1979. Desde então, milhares de oposicionistas foram presos e, na maioria dos casos, condenados a duras penas. Os jornalistas iranianos sofrem com a repressão e, atualmente, há cerca de 40 deles presos, segundo uma lista estabelecida em dezembro de 2010 pelo Comitê Internacional de Proteção aos Jornalistas (CIPJ), entidade com sede em Nova York. A imprensa estrangeira se viu afetada por dezenas de expulsões, anulações de credenciais de imprensa e recusas para solicitações de vistos desde 2009. Também foram impostas restrições ao exercício da profissão. Os correspondentes de veículos estrangeiros estão proibidos de cobrir manifestações de oposição e realizam de forma limitada a cobertura de atos oficiais. Os profissionais têm ainda de pedir autorizações especiais para realizar qualquer tipo de reportagem ou entrevista com funcionários iranianos e são excluídos de quase todas as coletivas de imprensa oficiais, excetuando as do presidente Ahmadinejad e do Ministério das Relações Exteriores. A maioria dos canais de televisão ocidentais, como BBC e Voice of America (VOA), que para muitos iranianos são fontes significativas de informação, sofre interferências constantes de sinal em Teerã e outras grandes cidades. O poder iraniano bloqueia também a maioria das páginas de internet estrangeiras, em particular as da oposição e as das mídias ocidentais. Os dirigentes iranianos denunciam quase que diariamente esses sites como sendo parte de um "complô" contra a República Islâmica orquestrado pelos Estados Unidos, Israel e alguns países europeus, liderados pela Grã-Bretanha.


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