O caso de abuso sexual contra a jornalista Lara Logan, da CBS News, na Praça Tahrir, no Cairo, assombrou os Estados Unidos tanto pela violência contra uma mulher quanto pelos comentários na internet e pela resistência da grande imprensa em publicar o fato. Lara deixou o hospital na noite de quarta-feira.
Blogueiros da extrema direita imediatamente tomaram o episódio como base para difundir seus preconceitos ao Islã.
O jornalista Nir Rosen, respeitado correspondente em vários conflitos, perdeu seu posto na New York University por causa de suas frases sobre o caso no Twitter.
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Correspondente estrangeira sofre abuso sexual no EgitoJornalistas estrangeiros sofrem duro controle de autoridades da LíbiaEUA pressionam Egito a investigar agressão sexual contra jornalistaPai de garotas que formam grupo de música clássica admite abuso de filhasA demissão de Rosen e o telefonema à repórter do presidente dos EUA, Barack Obama, na quarta-feira, chamaram a atenção pública para a brutalidade sofrida por Lara, até então ocultada pelos grandes jornais americanos e pela própria CBS. Os tabloides New York Post e New York Daily News já haviam estampado o crime na capa.
No seu blog no Washington Post, Richard Cohen criticou a omissão da CBS na divulgação do crime contra sua repórter. “Muitas organizações jornalísticas não divulgam o nome de vítimas de estupro”, argumentou Cohen. “No caso de Lara, infelizmente, não haveria meio de ocultar seu nome. Sua privacidade não é tão importante quanto a notícia.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.