Negociar a qualquer preço é o ideal do chinês. Nesses locais de comércio, todos falam mais de um idioma. Ao passar em frente a um box de uma dessas pequenas lojinhas, os vendedores começam a conversar, desordenadamente, falando uma série de palavras, em vários idiomas, até descobrir qual é o do possível cliente.
“Only para you” é uma expressão comum de se ouvir quando o vendedor descobre que o cliente é latino. Bolsas, malas, camisas, calças jeans ou de brim, blusas, material esportivo em geral, bebidas, relógios, eletrônicos, incluindo joguinhos de computador, celulares, bijuterias, perfumes, vestidos, saias, pijamas, tunicas. Tem de tudo.
Para começar a negociação, o chinês coloca o preço lá em cima e pede para você fazer uma contraproposta. Geralmente, o valor pedido por ele de início corresponde a 100% do valor real, ou seja, você tem de negociar para chegar a 10%. Por isso, quando ele entregar a calculadora para você pôr o seu preço na mercadoria, pode jogá-lo para baixo. Em alguns instantes, o vendedor parece perder a paciência, mas se o cliente dá as costas e ameaça ir embora, o chinês o puxa pelo braço e começa tudo novamente. Para ele, o importante é vender.
Mistura
Em qualquer cidade do mundo, a parte rica e a parte pobre estão separadas, mas isso não ocorre em Pequim. Em Wangfujing estão não só os melhores shoppings, assim como os nossos, cheios de lojas chiques e de grifes. Mas é lá também que estão os mercados populares. Riqueza e pobreza convivem lado a lado. É lá ainda que está o mercado de alimentação, onde se encontram os escorpiões, lesmas, bichos-da-seda, cavalo-marinho, cobras, entre outras curiosidades, tudo servido num espetinho.
Dizer que os chineses comem esse tipo de alimento é pura mentira, garantem os comerciantes. Segundo eles, isso realmente ocorreu na época da grande fome. “Comia-se tudo que mexia”, contam. Hoje, somente os turistas costumam experimentar as iguarias exóticas. E consomem mesmo, pois os pequenos lojistas desse tipo de comércio ganham rios de dinheiro. Junto desse mercado de alimentação estão mais lojinhas de bugigangas, onde se vende de tudo, o que leva à conclusão de que a China é um grande comércio e o chinês um grande mercador.