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Estado de Minas

Expectativa positiva em Governador Valadares


postado em 06/11/2008 07:09 / atualizado em 08/01/2010 04:06

"A única esperança que tenho de ainda voltar a ver meus filhos é se eles ficarem legais e conseguirem passe livre para entrar e sair do EUA. É muito difícil para uma mãe ficar tanto tempo longe dos filhos" - Diolina Coelho da Silva, aposentada, tem filhos e netos nos EUA (foto: Carlos Eller/Esp. EM/D.A Press)

A vitória do democrata Barack Obama para a presidência dos Estados Unidos foi comemorada muito além das fronteiras norte-americanas. Em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, familiares de emigrantes aguardavam com ansiedade o momento final das eleições na terra do Tio Sam. Essa aparente euforia se deve à esperança de que o novo governo possa, enfim, promover a tão esperada reforma imigratória. Atualmente, sem documentos que permitam a permanência no país, milhares de emigrantes passam anos sem poder voltar ao Brasil, com medo de nunca mais conseguirem entrar nos Estados Unidos. Segundo levantamentos da prefeitura, cerca de 40 mil valadarenses vivem atualmente nos EUA.

Amparados pela perspectiva de mudança foi que várias famílias, que convivem com a dor e a saudade dos parentes que estão há vários anos na América, passaram os últimos dias acompanhando as eleições nos EUA. A aposentada Coelho da Silva, de 70 anos, mesmo sem saber os nomes dos candidatos à presidência americana, fez suas orações pela vitória do democrata, pois foi convencida pelos três filhos que estão na terra do Tio Sam de que Barack Obama seria a melhor opção para os emigrantes ilegais.

“A única esperança que tenho de ainda voltar a ver meus filhos é se eles ficarem legais e conseguirem passe livre para entrar e sair do EUA. É muito difícil para uma mãe ficar tanto tempo longe dos filhos, é uma dor quase que insuportável. Na verdade acho que as mães nunca estão preparadas para esse momento”, contou a aposentada que também sofre com a angústia de ainda não conhecer os netos que nasceram nos EUA. “Fico com vontade de ajudar nos cuidados, ver as crianças crescendo. Por causa do sonho americano, fiquei separada da minha família”, emocionou-se olhando para a foto de um dos filhos, que está há 15 anos na América, trabalhando na construção civil.

Veja reportagem da TV Alterosa



Desde que os filhos partiram para os EUA, em busca de melhores condições de vida, Diolina vive sozinha numa casa simples no Bairro Santa Rita. A saudade é amenizada com fotografias e telefonemas diários dos filhos, que se preocupam com a saúde da mãe. “É sempre uma emoção muito grande quando escuto a voz deles. Fico imaginando como seria vê-los entrando pela porta da casa onde eles passaram os últimos dias aqui no Brasil”.

Distância


A distância de parentes e de outras pessoas queridas é o preço que se paga, para ter a oportunidade de se ganhar mais dinheiro do que se estivesse no Brasil. Há poucos metros da casa da aposentada Diolina, outra família sofre com o fenômeno da emigração em Valadares, que começou de forma tímida na década de 80 e ganhou repercussão nacional na década de 90. Na cidade, é raro existir uma família que não possua um filho, um neto ou um parente morando nos EUA em busca de trabalho ou de uma vida melhor.

A dona de casa Maria de Lourdes Neiva, 38 nos, teve que, de um dia para outro, acumular funções de mãe e pai dos dois filhos, um de 7 e outro de 11 anos, já que o marido José Marcelo Neiva, de 35 anos, resolveu tentar a sorte nos EUA. Ele está ilegal desde quando chegou, em 2005. “A gente não sabe quando vamos vê-lo novamente. Isso é muito duro, principalmente para as crianças que estão crescendo sem o pai. Aqui na cidade, muita gente sofre calada essa questão da emigração e a mudança traz uma nova expectativa. Só de pensar que existe a possibilidade de rever meu marido, dá vontade de chorar", disse.

Uma das formas que a dona de casa encontrou para matar a saudade do marido, foi pela internet, onde os encontros são diários e carregados de emoção. Na última conversa, o casal se emocionou ao lembrarem dos filhos. “O Marcelo (marido) não se conteve ao ver o filho mais velho contando detalhes de uma partida de futebol. Somos casados há 14 anos e é a primeira vez, nesse tempo todo, que ficamos separados. Algumas datas como reveillon, natal, aniversário, são sempre mais doloridas. A saudade vem forte”, desabafou.

De férias em Governador Valadares, o coordenado de marketing de um escritório de advocacia em Nova Iorque, Ailton de Souza, comemorou a vitória de Barack Obama. Segundo ele, é grande as expectativas em torno do novo governo principalmente depois da crise financeira que abalou os EUA. -->


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