Jornal Estado de Minas

SANTA LUZIA

Dono de concessionária que vendia e não entregava veículos é alvo da PC

O dono de uma concessionária de veículos no bairro São Benedito, em Santa Luzia, na Grande BH, foi alvo de uma operação da Polícia Civil. Ele é suspeito de chefiar um esquema de estelionato na loja, em que as pessoas davam entrada nos valores dos veículos, mas não conseguiam fazer a retirada. Foram cumpridos, nessa quarta-feira (18) três mandados de busca e apreensão no endereço do dono e na loja, e encontrados um carro e uma moto com número de motor adulterados.





Segundo a Polícia Civil, a empresa anunciava nas redes sociais a venda dos veículos com preço abaixo do mercado, além de ter uma estrutura de telemarketing para procura de clientes. Mais de 60 boletins de ocorrência foram registrados contra a empresa.
 
As pessoas eram enganadas e iam até a loja para adquirir o novo veículo. No local, eram informados a pagar um valor como entrada, cerca de 50% do total, e aguardar uma suposta análise de crédito que levaria até 30 dias. Quando a vítima procurava o estabelecimento para buscar o veículo, não obtinha resposta nem o dinheiro já pago, uma vez que o contrato de compra e venda previa o pagamento de 20% do total nos casos de rescisão contratual.

“As vítimas eram ludibriadas a dar uma entrada com a esperança de receber o veículo em 30 dias, mas isso não acontecia. Eles criavam outros argumentos que impediam a pessoa de levar o bem que estavam adquirindo. O número de pessoas vítimas do golpe crescia ainda mais”, explicou o delegado José Thomaz de Souza, responsável pela investigação. 



Grande parte das vítimas eram pessoas mais humildes e com menor poder aquisitivo e, por isso, viravam alvo do sistema de telemarketing da empresa. O proprietário da agência de veículos e o gerente foram conduzidos à Delegacia de Polícia Civil, enquanto os veículos apreendidos foram encaminhados ao pátio credenciado. 

Denúncia e prisão

No dia 22 de setembro, o gerente da loja já havia sido preso após uma discussão e denúncia feita por uma vítima do golpe. No dia da ocorrência, a vítima contou aos militares que fez um contrato de financiamento para adquirir um veículo, mas não conseguiu retirar o carro, mesmo após ter feito o pagamento inicial combinado.

A vítima também disse que esteve diversas vezes na loja, mas sempre era informado de que deveria continuar pagando as prestações até que inteirasse ao menos 50% do valor do veículo para conseguir fazer a retirada.

Segundo o boletim de ocorrência, o gerente da loja teria ameaçado a vítima de morte, dizendo que mataria toda sua família, caso a polícia fosse acionada. 

No local, o suspeito teria discutido com os militares, debochando da situação. Após uma confusão, ele recebeu voz de prisão pelo crime de estelionato e desacato.