Jornal Estado de Minas

CASO PAMPULHA

"Ele não sabe que perdeu a vista direita", diz prima de vigilante baleado

“Revolta”. Esse é o sentimento da família do vigilante Bruno Adão Gomes da Silva, de 35 anos, que levou um tiro no olho, no último sábado, desferido pelo policial militar, lotado na Rotam, Aldir Gonçalves Ramos, de 41 anos, dentro da base da Guarda Municipal na orla da Lagoa da Pampulha. Segundo uma prima da vítima, Camila Gomes, o que aconteceu com Bruno é inaceitável. Bruno, que perdeu a vista direita, e Aldir foram indiciados, no inquérito aberto na Polícia Civil, por agressão. 





 

“Uma fechada, sem querer, não é motivo para perseguição, agressão e tentativa de homicídio”, diz Camila, que conta que Bruno é casado e é pai de três crianças, entre seis e nove anos.

 

Camila disse que a sedação em Bruno, após cirurgia, está sendo reduzida e que ele já balbucia algumas palavras. “Ele não sabe que perdeu a vista direita. Não tem ideia do que aconteceu. Pela fala dele, a gente nota que está revoltado com a situação. O problema é que a gente não sabe qual será o problema neurológico que ele terá em consequência da bala ter atingido o cérebro.”

 

 

 

Camila Gomes, prima de Bruno, Bruna Marques Vitebro, advogada de defesa e Gilmar Francisco dos Santos também advogado de defesa da vítima (foto: Jair Amaral/EM/D.A/Press)
Segundo ela, a família suspeita de uma perseguição por parte da PM. “A gente está vendo muitas viaturas da PM passando em frente às nossas casas. A polícia, na verdade, é para defender o cidadão, quem é honesto, não para atirar num cidadão de bem”.





 

Ela diz, ainda, que Bruno nunca teve qualquer passagem pela polícia, ao contrário de Aldir, que já tem um caso de violência e agressão registrado, o que é confirmado pelos advogados contratados pela família, Gilmar Francisco dos Santos e Bruna Marques Vitebro.

 

Aldir, segundo eles, tem um caso de agressão a uma mulher, uma advogada conciliadora, dentro do escritório dela.

Próximos passos

Segundo os advogados Gilmar e Bruna, a primeira providência será tornar o processo, que hoje aponta Aldir como autor de lesão corporal, para tentativa de homicídio.

 

“Além da tentativa, ele cometeu o crime de dano ao patrimônio particular, ao bater com uma pedra, no carro de Bruno”, diz o advogado, que pedirá, na audiência de custódia, para que Aldir seja preso preventivamente.