Jornal Estado de Minas

SEM ENERGIA

Apagão nacional: distritos de Ouro Preto são afetados

Cachoeira do Campo é o distrito mais populoso da cidade histórica de Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais. Cerca de 10 mil moradores ficaram por cerca de 40 minutos sem o fornecimento de energia elétrica, devido ao apagão nacional que aconteceu nesta terça-feira (15/8).




 
A falta de energia elétrica causou preocupação ao morador do bairro Vila Alegre, Mauricio dos Santos. O fotógrafo conta que a avó, de 84 anos, é acamada e faz uso de medicamentos três vezes ao dia e no período noturno ela usa um nebulizador que precisa de ser ligado à rede elétrica.
 
“Fiquei preocupado com minha avó, ela está em fase de recuperação e o nebulizador é usado no período anterior ao jantar para melhorar a respiração dela. Felizmente, o apagão não aconteceu na hora dessa medicação”.
 
O fotógrafo conta que estava com uma reunião de trabalho pela internet agendada para às 9h e teve que adiá-la para o período da tarde. “Quando percebi que estava sem energia perguntei a uma vizinha se ela também estava sem o fornecimento, ela confirmou, aí vi que iria atrasar nas tarefas de meu trabalho”.




 
A queda de energia foi percebida pela empresária Lorrayne Orlandi, às 8h30 quando ainda estava em casa. Ela conta que ficou com dúvidas se a falta no fornecimento de energia era só na região central do distrito ou atingiu outros bairros.
 
A empresária tem uma boutique de carnes com três expositores, uma ilha e um freezer, onde deposita o estoque das mercadorias.  Devido à expectativa de boas vendas do feriado prolongado e e do domingo do Dia dos Pais, a empresária aproveitou para incrementar a variedade de mercadorias.
 
“A preocupação foi grande, se a luz demorasse a voltar nosso prejuízo poderia ser enorme. Nosso estoque foi feito para o dia dos pais e para o feriado. As vendas foram ótimas nos últimos dias, mas temos um estoque de congelados bem grande e os 45 minutos de espera para a luz voltar foram preocupantes, mas ainda bem que voltou a tempo”.




 
O morador do bairro São Francisco, Giovanne Cecílio, conta que está fazendo uma pequena reforma na revendedora de bebidas e gelo que administra. Ele relata que percebeu o apagão quando o rádio do pedreiro parou de tocar e assim dando início aos 40 minutos de sufoco.
 
“Estou começando o meu negócio agora e ter um prejuízo na perca de mercadorias não seria nada bom. Aqui têm quatro freezers de gelo e outros que abasteço com bebidas, não posso nem imaginar o tamanho do prejuízo se minhas mercadorias descongelassem”.
 
Giovanne Cecílio depende da energia elétrica para manter o negócio (foto: Divulgação/arquivo pessoal)

São Bartolomeu

Vizinho de Cachoeira do Campo, o distrito de São Bartolomeu, conhecido como a terra dos doces artesanais, localizado a cerca de 18 km de Ouro Preto, também amanheceu sem energia elétrica.




 
A proprietária de uma cafeteria localizada no povoado, Solani Begazo, conta que percebeu a falta de energia por volta das 8h quando foi carregar o parelho celular. Ela afirma que não houve prejuízo no estoque da cafeteria que funciona apenas nos finais de semana.
 
“Não estávamos com o nosso negócio aberto, costumamos abrir nos feriados, mas hoje está fechado e assim não houve clientela na hora do apagão. Temos um freezer, mas fiquei aliviada porque o tempo sem energia não foi o suficiente para descongelar nada”.

Amarantina

Denizete dos Santos Silva, moradora do distrito de Amarantina, conta que a localidade passa constantemente por quedas de energia, e o apagão nacional desta terça-feira (15/8) foi apenas mais um na vida da população.

A professora conta que tem uma comércio no distrito, mas destaca que os 20 minutos sem o fornecimento de energia elétrica não foram suficientes para descongelar as mercadorias.

Ela relata que a queda de energia afetou os serviços de telefonia no distrito e com a instabilidade na comunicação não foi possível acionar a Cemig. “Começou às 8h20 durou até as  8h41. Trabalho com internet e tenho um comércio com vários freezers. Até tentei ligar para a Cemig, mas os celulares não funcionaram durante o apagão.”