Jornal Estado de Minas

EM BH

Preso por abuso sexual coordenou fórum contra pedofilia em órgãos públicos

O pastor Moisés Barbosa, preso nesta quarta-feira (21/6) suspeito de abusar sexualmente de diversas crianças e adolescentes, era coordenador do Fórum Interinstitucional de Enfrentamento à Violência Doméstica, Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes (Fevca-MG) e Circo Belô e professor da rede municipal de BH. 





Ele participou de diversos debates sobre a prevenção da exploração sexual infantil em órgãos públicos, como a Prefeitura de BH e Assembleia Legislativa de Minas Gerais, inclusive, no Maio Laranja, mês oficial de enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes. 

O Fevca-MG é fórum interinstitucional, ou seja, que é realizado entre instituições e coordenado pela sociedade, como espaço de diálogo entre organizações sociais e o governo. Segundo a PBH, devido à representatividade do fórum, o coordenador era convidado para as palestras. 

"Por esse motivo, o Fevca-MG participou de várias atividades relacionadas à temática do Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes. Cabe destacar que o Fórum define e indica suas representações nos espaços de debate. O denunciado foi afastado pelo Fórum e não participa mais das atividades", informa a prefeitura por meio de nota. 





Além de líder religioso, professor de circo e coordenador do fórum, ele era professor de uma escola municipal, a qual dava aulas para crianças de 1º e 2º ciclos do ensino fundamental, desde 2018. Também em nota, a PBH esclareceu que ele está afastado por motivos de saúde, e que o crime não tem relação com os alunos da unidade.

"Mas assim que a secretaria tomou conhecimento das denúncias informou à Subcontroladoria de Correição. A direção da escola também foi notificada", afirma o poder municipal.

Entenda

Moisés foi preso em sua casa no bairro Horto Florestal, também na região Leste da capital. As investigações começaram na última semana, após uma das vítimas, atualmente com 23 anos, fazer uma denúncia na Polícia Civil.





Segundo a delegada Thais Degani, o suspeito foi rapidamente identificado. "A primeira denúncia foi feita por uma das vítimas que hoje tem 23 anos. Ela fez um depoimento relatando que foi atraída pelo investigado, que se colocava como líder religioso e instrutor de um circo. Também como fundador de fóruns contra pedofilia. Com as investigações, qualificamos e temos o depoimento de outras três vítimas que foram abusadas sexualmente", contou.
Até o momento, a polícia identificou quatro vítimas. O suspeito agia há mais de dez anos, e a delegada acredita que o número de menores abusados aumentará com o passar das investigações. 

Ele será indiciado por estupro de vulnerável e aliciamento de menores. Outros crimes podem ser identificados com o andar das investigações. 

(Com Pedro Faria)