Jornal Estado de Minas

ABUSOS SEXUAIS

Balanço: combate ao abuso sexual de crianças termina com 11 prisões em MG

Maio ficou marcado pela Polícia Civil com a realização da Operação “Caminhos Seguros”, uma ação desenvolvida com o objetivo de combater a exploração e o abuso sexual de crianças e adolescentes, dentro da campanha do “Maio Laranja”. No total foram efetuadas 11 prisões.






Segundo o chefe da Divisão Especializada em Orientação e Proteção à Criança e ao Adolescente (Dopcad), delegado Eduardo Vieira Figueiredo, a operação foi dividida em três fases.


A primeira fase, denominada operação Falso Profeta, resultou na prisão do frei Helvécio de Jesus Carrara, de 54 anos, por crime de pedofilia, por armazenar e produzir fotos sensuais de adolescentes. Ele foi preso em São Paulo. No caso foram cumpridos mandados de busca em Goiás e Minas Gerais.


Na segunda fase da operação, em 17 de maio, a equipe da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) cumpriu cinco mandados de prisão contra envolvidos em crimes que atentam contra a dignidade sexual de menores.





Na terceira e última fase, durante a Operação Caminhos Seguros, que teve início no início da última semana, foram efetuadas prisões de quatro investigados por crimes sexuais contra crianças e adolescentes.


Ao apresentar um balanço geral das ações realizadas apenas pela Depca, o delegado Eduardo Figueiredo destacou que, ao todo, foram realizadas 11 prisões e cumpridos cinco mandados de busca e apreensão.


Nas ações, foram detectadas mídias contendo material pornográfico infantil, contribuindo para o combate a esse tipo de crime.


A delegada Thaís Degani Dumont Coelho destaca a importância de estar atento aos casos de abuso, pois na maioria das vezes os agressores são pessoas próximas às vítimas, como familiares e vizinhos.


E destaca: “Na preventiva realizada na última sexta-feira (26/5), um homem de 29 anos foi investigado por abusar sexualmente da enteada, de 10. A vítima revelou os abusos para a mãe após o fim do relacionamento da mulher com o padrasto”.





A delegada ressaltou a importância de acreditar nas crianças e encorajá-las a relatar esses crimes, mesmo quando ocorrem dentro do ambiente familiar.


Outra delegada que participou da operação, Thalita Almeida Caldeira, relata casos de abuso perpetrados por tios contra as vítimas.

“Em um desses casos, o suspeito confessou o abuso, mas tentou atribuir a culpa à vítima. Em outro caso, o investigado utilizou vídeos pornográficos infantis para normalizar a situação perante a criança, antes de cometer os abusos. Ambos os homens foram presos e já possuíam antecedentes de violência física contra mulheres na família.”


Atuando na região de Venda Nova, a delegada Larissa Nunes Mayerhoffer Lima fala sobre duas prisões efetuadas. “Em um dos casos, um homem de 29 anos, com passagem criminal por posse e porte de arma de fogo e tráfico de drogas, abusou sexualmente de uma enteada, de 7. No segundo caso, um obreiro de uma igreja evangélica cometeu três estupros contra crianças vizinhas, utilizando-se de atitude enganosa para levá-las à sua residência.”





Sem perfil criminoso


Segundo todos os delegados, não existe um perfil único de agressor nesses casos. As investigações demandam o uso de ferramentas de inteligência e análise para identificar os autores desses crimes.


O objetivo da operação Caminhos Seguros foi destacar a gravidade dessas violações e incentivar a denúncia por parte da sociedade, com o objetivo, principal, de proteger as crianças e adolescentes. “Por meio de ações integradas, parcerias com instituições e conscientização da população, a Polícia Civil busca criar um ambiente seguro e protegido para as crianças e adolescentes do estado”, afirma o chefe da Dopcad.