Jornal Estado de Minas

MAUS-TRATOS INFANTIL

Caso Ian: Justiça investiga comunicação ilegal entre pai e madrasta

O pai e a madrasta de Ian Henrique Alameida Cunha, de 2 anos, morto em janeiro deste ano, podem ter se comunicado ilegalmente na prisão, esta é a suspeita da Justiça mineira, que solicitou uma lista de todos os visitantes de Márcio e Bruna, investigados pela morte da criança. 





Durante a audiência de instrução do caso Ian, na tarde dessa terça-feira (9/5), os dois suspeitos prestaram depoimento, porém, as falas causaram a desconfiança de que houve comunicação entre eles.

Segundo o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG), foi determinado que os estabelecimentos prisionais informem lista de pessoas que visitaram os acusados para apurar denúncia de comunicação clandestina entre os dois.

O pai, Márcio da Rocha Souza, de 31 anos, é acusado de omissão de socorro, e a madrasta, Bruna Cristine dos Santos, de 34 anos, foi denunciada por homicídio duplamente qualificado, como responsável pelas agressões.



Além deles, 20 testemunhas foram ouvidas, sendo 7 do Ministério Público, 7 de defesa da madrasta e 6 na defesa do pai. 

A sessão de ontem terminou à 1h35 e o MP solicitou nova audiência, mas ainda não tem data definida. 

Relembre o caso

Ian Henrique Almeida Cunha, de 2 anos, deu entrada no no Hospital do Pronto Socorro João XXIII (HPS) na madrugada de 9 de janeiro deste ano, sendo internado em estado grave. 
 
Segundo o BO registrado no dia, o pai teria saído para trabalhar e deixado a criança com sua namorada. Ao retornar, o menino tinha vários ferimentos, em especial na cabeça. Ele levou Ian para o Hospital Risoleta Neves, e, lá, os médicos constataram que a criança tinha uma lesão na cabeça e escoriações no queixo.
 
Durante o atendimento, Ian teve duas paradas cardíacas e foi transferido para o HPS, onde acabou morrendo em 10 de janeiro. Os médicos relataram ainda que a criança estava com as mãos tortas e as pernas duras.





A Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar o caso desde o flagrante do casal e cumpriu cinco mandados de busca e apreensão em BH e Santa Luzia. Com a morte do menino,foi feita uma reconstituição do dia. 

De acordo com a PC, em meados de 2022, o pai foi denunciado por agressão contra a criança. Um dos locais dos mandados foi a casa dele, onde encontraram pichações com pedidos por "justiça". 

*Estagiária sob supervisão