Jornal Estado de Minas

PREJUÍZO AOS COFRES PÚBLICOS

Com R$ 1,5 bi, Minas foi o 3º estado em comércio ilegal de cigarro em 2022

Minas Gerais está na terceira colocação com o maior mercado ilegal de cigarros entre 26 estados brasileiros e o Distrito Federal – o que representa 52% desse tipo de comércio – , ficando atrás apenas do Mato Grosso do Sul (75%) e Paraná (62%), cidades que fazem fronteira com o Paraguai. Os dados são referentes a 2022 e fazem parte do último levantamento do instituto Ipec Inteligência. A divulgação foi feita pelo Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP).




 
Com isso, o mercado ilegal de cigarros movimentou em Minas uma média de R$ 1,5 bilhão, sendo que a estimativa de perdas no ano passado em evasão fiscal com ICMS é de R$ 414 milhões, destaca Edson Vismona, presidente do FNCP, em conversa com a reportagem do Estado de Minas
 
“É uma grande perda para o estado em termos de arrecadação, e esse dinheiro que deixa de ir para os cofres públicos é desviado para o crime organizado, que ganha força no estado por meio do fortalecimento, inclusive, de milícias”, avalia Vismona, destacando que é fundamental que a população tenha conhecimento do impacto à sociedade com a perda de receita por meio do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. 


“O Brasil, com 16 mil quilômetros de fronteira na parte terrestre e mais de 7 mil quilômetros na frente marítima, é alvo do contrabando de produtos paraguaios, principalmente. Por isso, os investimentos contínuos para proteção das nossas fronteiras são fundamentais, a fim de combater o mercado ilegal e a expansão das organizações criminosas no país”, finaliza. 
 
Da fatia de 52% que Minas “ostenta” na ilegalidade comercial de cigarros, a maior parte, 44%, foi contrabandeada, no ano passado, do Paraguai, e o restante foi produzido no Brasil. A marca que domina o mercado ilegal em Minas é a San Marino, aponta o resultado da pesquisa. 
 
Vale dizer que, segundo relatório divulgado pela Receita Federal, também em 2022, o cigarro ilegal se manteve em primeiro lugar no ranking total de apreensões no país, acima até de eletroeletrônicos. Foram 3,2 bilhões de cigarros apreendidos no período de janeiro a dezembro.