Jornal Estado de Minas

MEDO CONSTANTE

Vizinhos de casas atingidas contam reação a avião que caiu em BH

Moradores do entorno da Rua Morro da Graça, no Jardim Montanhês, bairro da Região Noroeste de Belo Horizonte, tiveram as rotinas afetadas neste sábado (11/3), com a queda de um avião monomotor sobre duas casas da via. Residente de um dos imóveis da rua, que não foi atingida pelo acidente, Gustavo Alvarenga se assustou com o estrondo causado pelo impacto entre a aeronave e as estruturas das casas.



"Liguei imediatamente para os Bombeiros quando vi o acidente. Fez um barulho muito forte, muito alto. Liguei correndo para os Bombeiros e mandei a foto da aeronave", disse, ao Estado de Minas.

O acidente deixou o piloto do voo, de 60 anos, e a filha dele, de 33, com politraumatismos. Os dois foram levados ao Hospital João XXIII, na Região Leste da cidade. Peritos da Polícia Civil atuam na área e um major da Aeronáutica, responsável pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos (Cenipa), é esperado no local.

O Jardim Montanhês fica nas proximidades do Aeroporto Carlos Prates, onde funciona uma escola de pilotagem. Não há, porém, confirmação oficial das autoridades sobre o ponto de origem e o destino do monomotor.

Vanda Damasceno, outra moradora do entorno do local do acidente, também estava em casa quando acabou surpreendida pelos sons causados pela queda. "Foi muito assustador. Já caíram vários aviões aqui".



O empresário José Pereira de Alvarenga, pai de Gustavo, o rapaz responsável por acionar os Bombeiros, estava dirigindo para a casa onde mora com o filho no momento do acidente.

"Estava vindo pela (Avenida) Pedro II, vi o avião perdendo altitude. Acelerei, cheguei um pouco preocupado, porque meu filho estava sozinho em casa. Quando cheguei, já estavam bastantes viaturas", contou.

Medo acompanha moradores

A proximidade com o Aeroporto Carlos Prates faz com que os moradores do Jardim Montanhês e de bairros adjacentes vivam em estado permanente de atenção. Ana Cláudia Guimarães, que tem residência nas redondezas da Rua Morro da Graça, teme o vaivém aéreo na região.

"Isso (os acidentes) acontece direto. Não é a primeira vez. Vivemos esse pesadelo. Temos crianças pequenas. Todo mundo vive aqui há muitos anos. Temos esse medo constantemente", protestou.

A Defesa Civil foi acionada para avaliar se há risco para as estruturas dos imóveis atingidos. A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) também enviou profissionais ao local. Peritos da Polícia Civil já atuam nos desdobramentos do caso. Trabalhadores da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) foram comunicados.

É o segundo acidente aéreo ocorrido na Grande BH neste sábado. Mais cedo, outro monomotor caiu em Sabará, tendo um bebê nascido há três dias entre os passageiros. Não houve feridos.