Jornal Estado de Minas

MARCHA DO 8M

Mulheres se reúnem em marcha contra a violência de gênero em BH

Milhares de mulheres se reuniram na noite desta quarta-feira (8/3) para manifestar durante a Marcha do 8M, que acontece todo ano no Dia Internacional da Mulher, pelas ruas de Belo Horizonte. Neste ano, o cortejo saiu da Praça da Liberdade, onde diversas lideranças do movimento em prol dos direitos das mulheres discursaram. A caminhada seguiu em direção à Praça Sete, no Centro da capital. 




 
 
Sob a perspectiva dos avanços das políticas públicas que garantem direitos e respeito às mulheres integrantes de diversos movimentos sociais, bradaram em uníssono contra a desigualdade de gênero e o avanço da violência de gênero. Além disso, as mulheres sem terra e as do Aglomerado da Serra pautaram a resistência do campo e da cidade em combate à fome. 

Durante a concentração do ato, a vereadora Isa Lourença (PSOL) discursou sobre a importância das reflexões sobre a data, todos os avanços que já foram feitos até hoje e o que ainda precisa ser conquistado. Em entrevista ao Estado de Minas, a parlamentar contou que fez questão de relembrar a trajetória de Mariele Franco, vereadora do Rio de Janeiro que foi assassinada durante uma emboscada, há cinco anos. 

"Particularmente, eu fiz questão de trazer a vereadora Marielle Franco no meu discurso, que a gente até hoje não sabe quem mandou matá-la, e isso mostra como a violência de gênero na política também influencia as nossas vidas”, disse. 





Isa apontou que, muitas vezes, a data é usada como um chamariz mesmo por empresas e pessoas que não respeitam os direitos das mulheres. Ela também chama atenção para os saldos da Lei Maria da Penha, criada em 2006, para impor punição adequada e coibir atos de violência doméstica contra a mulher. 
 
 
“Hoje, durante uma palestra que ministrei em uma escola no Barreiro, falei que muitas vezes a Lei Maria da Penha é usada de maneira vexatória, como piada, mas a gente não pode naturalizar essas brincadeiras, já que é lei que busca proteger as mulheres do feminicídio e de outros tipos de violência. Temos que fazer um balanço da lei, para ver como ela ainda é importante para o país, e do que precisa ser melhorado”, conta.