Jornal Estado de Minas

ALERTA

Dengue: PBH alerta para risco de aumento de casos e pede ajuda à população

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e a Secretaria Municipal de Saúde alertam para o risco de aumento de casos de dengue, semelhantes aos registrados em 2019, caso a população não ajude no combate ao Aedes aegypti. 

 

 


Em coletiva feita na sede da PBH, nesta quinta-feira (12/01), os órgãos destacaram às ações de vigilância e combate às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti: dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Além disso, foram apresentados os resultados de 2022 e a importância da participação da população no combate dessas doenças. 





“Peço a população que continue nos ajudando no enfrentamento dessas doenças, como nos ajudaram no caso da COVID, em que o papel da sociedade foi fundamental. Do mesmo jeito que foi importante essa ação da sociedade e da empresa na divulgação dessas medidas para combater à dengue”, afirmou a secretária Municipal de Saúde, Cláudia Navarro. 
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Ela ressaltou que o objetivo da ação conjunta é evitar mortes pelas doenças transmitidas pelo Aedes na capital. 

“O papel de cada um da sociedade e da equipe da Secretaria, da Prefeitura é fundamental para que a gente chegue ao nosso objetivo de zero morte esse ano através das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.” 

O pesquisador do Instituto René Rachou da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-Minas), Luciano Pimenta também reforçou que espera contar com o apoio da população. Ele destaca que não adianta os agentes públicos fazerem um trabalho de fiscalização e prevenção, visitando as casas, se depois os moradores esquecerem objetos que podem acumular água no quintal, por exemplo. 





Ações de prevenção


Entre as ações de prevenção e combate à essas doenças está o projeto Wolbachia, uma parceria entre a PBH, a Fiocruz-Minas e o World Mosquito Program (WMP), que também conta com apoio do Ministério da Saúde. 

A PBH destinou o local onde funcionava o Centro de Saúde São Francisco, localizado na regional Pampulha, para construir a Biofábrica dos Mosquitos com a bactéria Wolbachia, o Insetário da Prefeitura. Para a construção da estrutura, foram investidos R$ 469.384,80 da Sudecap nas obras de infraestrutura e R$ 212.500 da secretaria de Saúde para o projeto de climatização. 
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Os mosquitos com a bactéria Wolbachia produzidos no local com a tecnologia começaram a ser liberados em outubro de 2020, em bairros de Venda Nova. A escolha levou em consideração análise das séries históricas de infestação e incidência de doenças causadas pelo mosquito. 





As liberações continuaram ao longo de 2021, em uma segunda fase do projeto que foi finalizada em maio de 2022. Em outubro do ano passado, teve início a terceira etapa, com a expansão da soltura para seis regionais da cidade. De outubro a dezembro, aproximadamente 5 milhões de mosquitos foram liberados nas regionais: Barreiro, Centro-Sul, Oeste, Noroeste, Norte e Pampulha. 

Wolbachia

A Wolbachia é uma bactéria que não pode ser transmitida para humanos ou animais. Os mosquitos que carregam essa bactéria ficam com a capacidade de transmitir os vírus reduzida para pessoas, o que diminui o risco de surtos de dengue, zika, chikungunya e febre amarela. 

A bactéria é introduzida nos mosquitos que são liberados no meio ambiente e estes se reproduzem com outros mosquitos ajudando a criar uma nova geração que carrega a bactéria. Com o tempo, a porcentagem desses mosquitos aumenta, até que permaneça alta sem a necessidade de novas liberações. Segundo o projeto, após cerca de 20 semanas de soltura, a expectativa é de que a população de mosquitos com a bactéria seja maior que a nativa. 





Vistorias


Segundo a Secretaria de Saúde, em 2022, os agentes de combate a endemias fizeram cerca de 4 milhões de vistorias em imóveis da capital. Outra medida é a aplicação de inseticida para combater os mosquitos em áreas com casos suspeitos de transmissão local. No ano passado, foram feitas cerca de 23 mil ações deste tipo em imóveis de BH. 

Outra medida de combate é o Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa). O método permite a identificação dos principais criadouros, além do nível de infestação. No último levantamento, feito em outubro de 2022, 83,3% dos focos encontrados estavam em residências. 

Os principais locais encontrados foram: 

  • pratinhos de plantas (26,5%)
  • inservíveis (19,2%)
  • recipientes domésticos (10,2%)
  • barris/tambores (7,5%)
  • pneus (6,3%)

Os agentes também atendem denúncias de moradores, em locais com possíveis focos do mosquito e pedidos de vistoria, que podem ser feitos pelo telefone 156 e pelo PBH App. Em 2022 foram mais de 800 pedidos de vistoria.