Jornal Estado de Minas

METROVIÁRIOS

Greve no metrô de BH vai continuar; sindicato se reúne com TRT na segunda

Os metroviários de Belo Horizonte estão no terceiro dia de greve e aprovaram em assembleia na tarde desta sexta-feira (16/12) pela continuidade da paralisação total das atividades por tempo indeterminado. A exigência é a suspensão do leilão do metrô, marcado para 22 de dezembro.





Ao contrário das greves anteriores, a escala mínima exigida pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MG) não está sendo cumprida. Todas as estações estão fechadas desde quarta-feira (16/12).

“A gente entende que não está desrespeitando o TRT. O que está em jogo é o emprego da categoria. A gente não sabe de fato o que vai acontecer com os 1.600 empregados ”, afirmou a presidente do Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro), Alda Santos. "Qual é o presente que o governo Bolsonaro deu aos funcionários? Como é que o pessoal passa o Natal com esse espírito?”
 
O sindicato vai participar de uma reunião de mediação no TRT, às 14h da próxima segunda-feira (19/12).

Realocação

A representante dos trabalhadores afirma que o governo estadual, principal articulador do leilão, não apresentou nenhuma proposta concreta para realocação dos funcionários.





Questionado pela reportagem, o secretário de Infraestrutura e Mobilidade de Minas Gerais, Fernando Marcato, respondeu que a responsabilidade sobre os funcionários é do governo federal. “A CBTU também opera Maceió, João Pessoa e outras praças. Se o governo quiser, pode alocá-los nesses lugares. Ou em outros órgãos federais. Houve uma ideia do pessoal da segurança do metrô ser alocado para a UFMG.”

Suspensão

A suspensão do leilão do metrô de Belo Horizonte foi recomendada pelo Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais e, mais recentemente, pelo relatório final do grupo técnico de cidades do governo de transição.

O documento recomenda “indicar a atual gestão governamental a suspensão do leilão, visando não gerar obrigações futuras desalinhadas às diretrizes do novo governo e risco jurídicos aos agentes públicos e privados envolvidos”.

A sugestão, porém, não é suficiente, na visão do Sindimetro. “A gente quer de fato que o presidente Lula e o governo eleito suspendam o leilão”, comentou Alda.