Jornal Estado de Minas

ALÍVIO NAS CHUVAS

Barragem da Vale em Santa Bárbara deixa estado de emergência após obras

Mais uma população que vivia sob uma barragem em nível de emergência pode dormir mais aliviada, principalmente com a intensificação das chuvas. A Barragem de Porteirinha, em Santa Bárbara, na Região Central de Minas Gerais ,recebeu na quarta-feira (16/11) a Declaração de Condição de Estabilidade (DCE) e encerrou o estado de emergência.



A estrutura da mineradora Vale fica na Mina de Água Limpa e tinha potencial de afetar uma comunidade de cerca de 100 pesoas, segundo dados da Agência Nacional de Mineração (ANM).

O barramento estava no nível 1 de emergência, que é quando há algum tipo de avaria que necessita de reparo urgente ou quando não se tem todas as informações para emissão do DCE.

A barragem Porteirinha é a oitava estrutura com encerramento de nível de emergência em 2022. No mês de outubro, as barragens Sul Inferior (Barão de Cocais), B5/MAC (Nova Lima), Marés II (Belo Vale), Santana (Itabira) e Paracatu (Catas Altas), todas em Minas Gerais, também saíram de emergência.

Em agosto, a barragem Borrachudo II (Itabira) já tinha recebido sua certificação de segurança e, anteriormente, a barragem Elefante (Rio Piracicaba) também.

Porteirinha foi construída pelo método de alteamento a jusante (método mais seguro por não se apoiar sobre rejeitos) e contém aproximadamente 2,7 mil m³ de sedimentos e água. A retirada do nível de emergência foi possível após a realização de estudos complementares e obras para reforçar a segurança da estrutura.



A barragem é monitorada permanentemente pelo Centro de Monitoramento Geotécnico (CMG) e recebe inspeções regulares de equipes internas e externas.

A ação foi comunicada aos órgãos competentes, conforme as diretrizes estabelecidas no Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM) e na legislação brasileira, incluindo a Agência Nacional de Mineração (ANM) e a auditoria técnica do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que acompanha os trabalhos na estrutura.

"O avanço nas condições de segurança das estruturas é resultado da evolução das medidas implementadas desde 2019", informa a mineradora, dando como exemplo o novo sistema de gestão das estruturas de disposição de rejeitos pelas "melhores e mais rigorosas práticas internacionais, como as definidas no Padrão Global da Indústria para a Gestão de Rejeitos (GISTM, em inglês)".

A empresa assumiu o compromisso formal de adequar todas as suas barragens de rejeitos ao GISTM até 2025. "Na prática, isso significa que a supervisão, monitoramento e a transparência das informações relativas às barragens estão sendo aprimorados continuamente. O foco prioritário é a segurança das pessoas, a redução de riscos e cuidados com o meio ambiente", afirma a empresa.

A empresa informou também que desenvolve e fortalece a cultura de prevenção nas comunidades onde atua, em parceria e alinhamento com as Defesas Civis Municipais, cumprindo um cronograma de testes de sirenes e exercícios simulados para orientar a população em caso de emergências envolvendo barragens.

"A empresa já implementou 93 Planos de Ação de Emergência para Barragens de Mineração (PAEBMs) em estruturas localizadas em Minas Gerais e no Pará, nas unidades de negócios Ferrosos e Metais Básicos no Brasil.