Jornal Estado de Minas

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Vídeo mostra confusão e tiro de borracha durante ocorrência policial em MG

Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra uma confusão generalizada em Munhoz, no extremo Sul de Minas, Região de Pouso Alegre, durante uma ocorrência policial. O caso aconteceu no último domingo (18/9), por volta das 20h25, e foi registrado por uma testemunha que estava no local.




 
O vídeo mostra um policial contendo um homem no chão, com o joelho sobre as costas dele, enquanto várias pessoas estão discutindo e empurrando um outro militar que estava em pé. Em certo momento, um idoso puxa o policial que estava contendo o homem e o outro PM acaba atirando uma bala de borracha contra os populares, que se assustam e começam a gritar e xingar os policiais.
 
 
 
O PM aponta ainda a arma para outras direções. Um rapaz acabou sendo atingido com o disparo; o PM que atirou, então, vai na direção dele e exige que ele deite no chão com as mãos para trás, enquanto o outro rapaz que estava deitado aparece nas imagens sendo algemado. Depois, eles são colocados na viatura e encaminhados à Delegacia.
 
Algumas pessoas reclamaram da ação dos policiais, afirmando que eles usaram desnecessariamente da força e citaram abuso durante a ocorrência. Entretanto, em nota divulgada nesta terça-feira (20/9), a PMMG negou o fato e deu sua versão da situação.




Ocorrência de perturbação do sossego

De acordo com a PM, os policiais foram acionados por diversas pessoas para uma ocorrência de perturbação de sossego. As reclamações eram sobre o volume do som e a gritaria em bares e lanchonetes na praça central de Munhoz.
 
Os policiais foram então até um dos estabelecimentos comerciais denunciados e conversavam com a proprietária do local, quando o irmão dela, de 29 anos, chegou questionando a ação e filmando os policiais, segundo a nota da PM.
 
“Ele se identificou como irmão da proprietária do local e começou a fazer perguntas com intuito de atrapalhar as diligências policiais, bem como começou a filmar a ação dizendo que seus advogados iriam ferrar com os policiais e que também iria publicar o vídeo nas redes sociais, bem como proferindo palavras depreciando o trabalho e a função dos militares. Foram solicitados por duas vezes para que autor se retirasse do local, uma vez que estava atrapalhando o serviço policial”, explicou a nota.




Voz de prisão e uso da força

Ainda segundo a PM, o rapaz se negou a sair do local e queria respostas para seus questionamentos. Com isso, ele acabou recebendo voz de prisão por perturbação do trabalho e desobediência. Mas a PM informou ainda que o autor resistiu à prisão e fez força contra os policiais, tentando usar da violência para não ser algemado. Assim, o uso da força foi necessária.
 
“O autor disse que não seria preso, passando a praticar resistência ativa contra os policiais militares, resistindo à prisão, fazendo muita força contra os militares, tentando usar de violência, para não ser algemado, motivo pelo qual foi necessário fazer uso moderado da força, controle de contato, controle físico e técnicas de imobilização e algemação”, informou.
 
A nota afirma ainda que após a voz de prisão, as pessoas que estavam no local começaram um tumulto. A PM contou que o pai do rapaz, de 62 anos, tentou retirar o autor que estava sendo segurado pelos policiais, junto com outro homem, de 28 anos, empurrando e puxando os militares. Com isso, segundo a PM, foi preciso mais uma vez usar da força para conter a situação.




 
“Empurravam e puxavam os militares com intuito de livrar o cidadão que recebeu voz de prisão, sendo que foi necessário fazer uso diferenciado da força, utilizando de instrumento de menor potencial ofensivo para afastar as tentativas dos arrebatadores e resguardar a integridade física de terceiros e dos militares que estavam encurralados pela multidão”, explicou a nota.

Tiro de borracha e prisão dos autores

Ainda na nota, a PM afirma que o tiro de borracha, registrado nas imagens, foi preciso para que o autor pudesse ser algemado, uma vez que várias pessoas tentavam atrapalhar a ação. Já na viatura, o autor continuou proferindo palavras de baixo calão e desrespeitando os militares.
 
“Durante a ação, foi realizado um disparo de munição de elastômero em um dos arrebatadores do autor, sendo possível algemá-lo; do disparo, gerou escoriação de lesão leve. Ressalta-se que somente após o disparo que os militares conseguiram algemar o autor e colocá-lo no compartimento de cela da viatura, de maneira que já no interior do referido compartimento, o autor continuou proferindo diversas palavras de baixo calão e desrespeito aos militares”, encerrou a nota.
 
Todos os envolvidos acabaram sendo levados para a Delegacia, onde assinaram os respectivos Termos Circunstanciados de Ocorrências (TCO), conforme a ação individualizada de cada um deles. Não há informação de quantas pessoas foram conduzidas.
 
Iago Almeida / Especial ao EM